MP recebe pedido para investigar bar que exibe placa contra crianças

"Não odiamos crianças, é só a sua mesmo", diz a fachada de estabelecimento que fica em Pinheiros

Por Redação VEJA São Paulo SEGUIR SEGUINDO
Atualizado em 12 ago 2022, 18h07 - Publicado em 12 ago 2022, 12h54

Fachada do bar La Borratxeria, em Pinheiros.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) recebeu uma representação contra o bar e hamburgueria Borratxeria Parrilla, que fica localizado em Pinheiros, Zona Oeste da capital, após o estabelecimento exibir uma placa com a frase “Não odiamos crianças, é só a sua mesmo”. No passado, o local também já fez ações semelhantes exibindo piadas sobre violência contra a mulher.

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A denúncia foi feita pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Em um vídeo publicado nas redes sociais, a parlamentar afirma que o local está cometendo um crime. “Crianças são detentoras de direito e elas são prioridade, quem diz isso é a Constituição Federal. Imagina se tivesse alguma outra minoria social no lugar de criança, não geraria estranhamento? Agora por que quando é com criança a gente naturaliza, acha graça ou acha que é aceitável que o restaurante estimule o ódio contra elas?”, questionou.

A placa foi publicada no perfil do Instagram do bar, que em 2017 publicou um vídeo em que dois funcionários encenavam uma agressão a mulher. Em outra ocasião, o local comparou crianças a animais: “Aqui seu cão é bem vindo. Mas crianças favor amarrá-las ao poste”.

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A representação será distribuída a um promotor, a quem caberá avaliar se cabe a abertura de um inquérito. À Vejinha, Santiago Roig, sócio do Borratxeria, afirmou que a placa é uma “brincadeira” e que o local não tem nenhum histórico de maus-tratos contra crianças. “As 150 mil pessoas que acompanham a gente entenderam a brincadeira, a gente não tem nenhum histórico de maus-tratos com crianças, pelo contrário. Teve gente que fez questão de postar fotos com crianças no local. E tem coisas mais importantes para se importar”, afirmou.

“Infelizmente tem políticos que ganham palco com uma pauta besta, que dá polêmica, gera engajamento, mas pouco resultado. A gente faz doação, caridade com crianças e isso nunca foi palco de nenhuma notícia, e uma piada chega a ser crime. É muito claro que é uma brincadeira, não tem nenhuma ofensa. Não podemos esquecer que é um bar, tem bebida alcoólica. A placa é uma brincadeira com alguns clientes que deixam a criança solta, mal-criada, enchendo o saco. É uma autobrincadeira comigo, eu vou ser pai. Quem sabe rir, sabe rir, a gente não vai mudar nosso posicionamento, nosso humor, quem não entende paciência”.