Crise faz comércio gastar mais com produtos descartáveis
Estabelecimentos têm servido café, cerveja e outros itens em copos de plástico devido a cortes no abastecimento
Quem encosta para o cafezinho no balcão da padaria Sensação, na esquina das Ruas Teodoro Sampaio e Fradique Coutinho, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, tem que abrir mão do expresso. Por causa da falta de água a máquina está desligada na parte da tarde, mas esse não é o único prejuízo do estabelecimento. A impossibilidade de lavar a louça faz com que a casa gaste mais com pratos e copos descartáveis do que com água.
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“Gastamos em média de 2 500 a 3 000 reais”, conta o gerente, João Leudo. O abastecimento, que já era falho, piorou. “Antes a gente ficava sem água das 6 da tarde até 1 da manhã, agora o abastecimento para às 4 horas (da tarde) e só volta às 6 da manhã do outro dia”, explicou Leudo. Ele também comenta que muitos clientes já reclamam por ter que tomar café e cerveja em copo plástico.
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O mesmo ocorre na hamburgueria Hobby Lanches, na Rua Cardoso de Almeida, em Perdizes, também na zona oeste, mas lá os gastos são ainda maiores. Antônio Ferreira Lima, que trabalha na lanchonete, explica que antes da crise de abastecimento eles gastavam 3 000 reais em conta de água. Esse valor baixou para 800 reais, mas em compensação o custo com produtos descartáveis chega a mais de 1000 por semana. O lugar tem o fornecimento de água cortado ao fim da tarde.
Os funcionários do Hobby também notaram um grande aumento na produção de lixo, mas isso ainda não tem um efeito maior na cidade. A Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) não observou qualquer variação na coleta. O Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo (Selur) tampouco percebeu mudança exagerada.
“Não há alterações significativas nos quantitativos de resíduos sólidos recolhidos em São Paulo, isto em relação à série histórica de números”, informou a Selur.
Vizinha do Hobby, a panificadora Torino também sofre com a falta de água. Entretanto, o proprietário, Amandio Pereira, explicou que o custo ainda não é tão elevado com produtos descartáveis. “Estamos no mesmo barco que o Hobby, sempre falta água aqui, mas ainda conseguimos equilibrar os custos. Lá na lanchonete o movimento é maior”, comentou.
(Com Estadão Conteúdo)