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Cracolândia e economia solidária serão lutas de Suplicy na Alesp

Deputado estadual mais votado no país, ele retorna à Casa legislativa onde iniciou sua trajetória política há mais de 40 anos

Por Clayton Freitas
Atualizado em 14 out 2022, 11h08 - Publicado em 14 out 2022, 06h00

A partir do dia 15 de março de 2023, o atual vereador em São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), de 81 anos, retornará à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), local onde iniciou a sua trajetória política há 44 anos, em 1979, em mandato que se estendeu até 1983.

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Com 807.015 votos, Suplicy foi o deputado estadual mais votado em todo o país neste 2022. Seu desempenho nas urnas foi o responsável por ampliar a presença da esquerda na Alesp. Ao todo, a federação que congrega o PT, PV e PC do B ocupará 19 dos 94 assentos da Alesp.

Em entrevista à Vejinha, ele relembrou parte de sua juventude e trajetória política, desde quando interrompeu temporariamente seus estudos para conhecer a Europa ocidental e oriental; como entrou na política; a primeira vez que foi eleito, em 1978, pelo MDB, para ocupar uma cadeira na Alesp; e seus planos para o novo mandato.

Ao que o senhor credita sua expressiva votação na Alesp?

A toda a minha história de vida. De coerência na batalha por uma longa jornada pela construção de um Brasil justo, civilizado, fraterno, solidário e com muito maior grau de Justiça e de igualdade para todos os brasileiros e brasileiras.

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Quando teve início?

Desde a adolescência. Depois, aos 21 anos, eu pedi para meus pais para que eu pudesse interromper os estudos na escola de administração de empresas da Fundação Getúlio Vargas para conhecer a Europa oriental e ocidental. Fui visitar a Polônia, França, Itália, Suíça, Áustria e os dois lados da Alemanha oriental ocidental [a reunificação só começou a ocorrer após o ano de 1989, com a queda do muro]. Lá cheguei à conclusão de que era possível sim transformarmos a sociedade num caminho melhor, mas que era importante fazermos isso por meio pacífico, democrático e sem violência. E daí eu continuei meus estudos.

Como foi o ingresso na política?

Fui convidado para escrever artigos de economia no Última Hora [jornal criado pelo lendário jornalista Samuel Wainer, em 1974] e depois passei a escrever artigos sobre a política econômica na Folha de S. Paulo a convite do Cláudio Abramo. Quando chegou 1976 eu e um grupo de amigos estávamos comemorando num bar quando alguns deles vieram à minha mesa e disseram: “olha nós estamos pensando quem é que poderia ser candidato e avaliamos que você deve considerar”. Então eu fui conversar com Ulisses Guimarães e André Franco Montoro para saber o que era ser um representante do povo. Me interessei, fui candidato em 1978 pela primeira vez, e obtive mais de 70 mil votos, sendo o quarto mais voltado.

Qual será o seu primeiro projeto na Alesp e quais ideias pretende defender como deputado estadual?

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Há uma preocupação muito grande com um dos principais problemas na cidade de São Paulo, que é o da Cracolândia. Relacionado a este problema, nós formamos neste semestre um grupo de trabalho misto da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, da qual eu sou membro vice-presidente, e da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Fizemos reuniões e visitas na Cracolândia e ouvimos moradores e comerciantes. Se trata de um problema muito difícil de ser resolvido e eu vou dar continuidade. Estarei empenhado também a dar muita atenção a como melhorar a qualidade da educação para todos os meninos, meninas, jovens e adultos. Assim como o fiz na Câmara Municipal, onde criamos o projeto denominado Paulo Singer de estímulo à economia solidária, também quero apresentar projeto de estímulo às formas cooperativas.

Como é que o senhor analisa a situação do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) no segundo turno?

Eu tenho muita confiança no Fernando Haddad. A minha recomendação é que sobretudo ele possa explicar quais as propostas, os programas que ele vai encaminhar. Por exemplo, ele tem um conhecimento de profundidade na área de educação, então espero que ele se dedique a isso porque é algo que a população pode compreender muito bem. Outro é o de explicar muito bem o que foi o programa de Braços Abertos. Eu acho que na medida em que o Fernando dê exemplos concretos daquilo que realizou na cidade de São Paulo como prefeito, como ministro da Educação, abrindo oportunidades muito fortes de ensino, eu acho que ele vai ter condições de persuadir a população de São Paulo e ser o governador eleito.

Além de Suplicy, é possível também conferir a entrevista do deputado federal mais votado de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), neste link. A reportagem também procurou o senador eleito, Marcos Pontes (Republicanos), porém sua equipe informou que ele não falaria com a reportagem.

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