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Pólo tecnológico em São José dos Campos quer ser Vale do Silício paulista

A partir de 2021, haverá uma expansão do local por meio da construção de uma cidade anexa

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 30 ago 2019, 10h43 - Publicado em 30 ago 2019, 06h00

A pouco mais de 100 quilômetros da capital paulista, um grande polo empresarial vem se desenvolvendo na cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. A iniciativa, que chega agora a sua fase final de estruturação, traz o muito almejado (mas raramente repetido) objetivo de ser a versão brasileira do Vale do Silício — apelido dado à região da baía de São Francisco, na Califórnia, lar das maiores companhias do mundo no ramo de pesquisa, tecnologia e inovação, como Google, Apple e Uber. Trata-se do Parque Tecnológico. Inaugurado em 2006, às margens da Rodovia Presidente Dutra, o megaempreendimento foi idealizado para fortalecer a economia local, baseada na indústria aeroespacial.

Construído em uma área de 25 milhões de metros quadrados — mais de 3 500 campos de futebol —, o projeto atraiu, em treze anos, 300 empresas, entre elas nomes de peso como Embraer, Boeing, Airbus e Ericsson, além de institutos de pesquisa de universidades, como os da Unesp e Unifesp. “É o que diferencia o projeto de um centro empresarial qualquer”, explica o diretor de operações José Iram Barbosa. “Colocamos aqui companhias de tecnologia ao lado de universidades. É um ambiente propício para produzir conhecimento e converter isso em inovação, em produtos para o mercado.”

Eneas Brum: ele pretende mudar sua empresa para o endereço (Marcelo Justo/Veja SP)

O Parque Tecnológico custou 2,1 bilhões de reais — oriundos, em sua maior parte, da iniciativa privada, mas com 449 milhões de reais dos governos municipal, estadual e federal. Seu surgimento trouxe uma série de benefícios para São José dos Campos. Um deles foi a geração de empregos. De 2006 a 2018, mais de 1 940 postos de trabalho foram criados.

Outra vantagem é rechear os cofres da prefeitura. Com a chegada de novas firmas a São José dos Campos, atraídas pela ação, a administração municipal arrecadou, em 2018, 32% mais em imposto sobre serviços (ISS) do que recolhia antes de esse equipamento ser inaugurado.

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Croqui da Cidade Tecnológica: novidades à vista (Divulgação/Divulgação)

A partir de 2021, o complexo ganhará uma extensão, uma espécie de cidade, que está em desenvolvimento, projetada para atender as cerca de 8 500 pessoas que transitam diariamente por lá. Batizada de Cidade Tecnológica, ela ocupará um terreno vizinho com quase 309 000 metros quadrados. Oferecerá moradia e serviços a quem já passa grande parte do dia na região. “A inovação e as grandes ideias poderão surgir também quando as pessoas estiverem fora do parque, comendo hambúrguer ou tomando um chope nesse espaço ao redor”, diz Rodolfo Matos, diretor de novos negócios da Exto, incorporadora que investiu 70 milhões de reais para preparar o lugar.

Dos seus 116 lotes, sessenta deles (todos com aproximadamente 1 000 metros quadrados) serão de uso residencial. A média de preço de venda do metro quadrado no pedaço deve ser de 1 100 reais. Quem não vê a hora de se mudar para lá é Arthur Bispo Ferreira, 23, aluno de engenharia do câmpus da Unesp. O rapaz estuda no complexo desde 2017 e precisa fazer uma viagem de duas horas todos os dias para lá. “Vai facilitar muito para mim”, garante.

José Iraim: o administrador do local (Marcelo Justo/Veja SP)

Os demais lotes da Cidade Tecnológica serão destinados à edificação de teatros, restaurantes, cafés, parques e equipamentos da prefeitura. Há ainda uma quadra reservada à instalação de empresas de baixo impacto ambiental. Presidente da Imagem, companhia especializada em inteligência geográfica sediada no centro de São José dos Campos, Eneas Brum pretende migrar seu negócio para o local. “É a oportunidade de termos novos clientes. Estaremos perto dos gigantes”, acredita o empreendedor, que fatura 120 milhões de reais por ano.

Embora reconheça a relevância da Cidade Tecnológica para o desenvolvimento urbano e econômico daquela região, a prefeitura de São José tenta contornar o desafio de fazer com que ela não se torne uma espécie de “feudo”, desconectada do restante do município. “Em dezembro, começaremos a obra da Linha Verde, um serviço de transporte de massa para interligar o centro ao parque”, diz o prefeito Felicio Ramuth (PSDB). O projeto desse imenso corredor custará cerca de 200 milhões de reais e a construção deverá ser finalizada em quatro anos.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 04 de setembro de 2019, edição nº 2650.

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