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Central de Informação Turística GLS é inaugurada e apresenta problemas

VEJA SÃO PAULO testou o serviço, localizado na Rua Frei Caneca, e constatou algumas falhas na hora de prestar informações

Por João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h46 - Publicado em 28 Maio 2010, 22h57

Com a repercussão da Parada Gay paulistana — ranqueada pelo ‘Guiness Book’ como a maior do mundo e responsável por reunir 3,1 milhões de pessoas em 2009 —, São Paulo se converteu em destino turístico do público GLS (sigla para gays, lésbicas e simpatizantes). São esperados 400 000 visitantes na edição deste ano, com realização prevista para domingo (6). Eles devem gastar por aqui entre 180 milhões e 190 milhões de reais. Com o objetivo de atender melhor esse público, foi criada na semana passada a primeira Central de Informação Turística GLS, na colorida Rua Frei Caneca, na Consolação. Ainda que o projeto seja bem-vindo, nos primeiros dias de funcionamento seus serviços ficaram aquém do esperado.

VEJA SÃO PAULO testou a novidade na última segunda, às 11h30. Embora duas estagiárias bilíngues já tenham sido contratadas, não estavam a postos na hora da visita. Quem fez o atendimento derrapou em coisas básicas para um escritório de turismo, como não saber o perfil de bares e baladas indicados. “Eu não saio à noite”, justificou-se a atendente. Para suprir a falta de conhecimento, a funcionária deu cerca de quinze panfletos com a programação de baladas — de estilos e preços distintos. “Você escolhe a que achar melhor.” Um pouco constrangida, pediu ajuda a um amigo que passava pelo Casarão Brasil, onde fica a sede do escritório e de outras ONGs ligadas ao público do arco-íris. Mas, ao ser questionado sobre o valor da entrada da Bubu Lounge Disco no fim de semana, ele se equivocou: “Cobram, no máximo, 20 reais.” A entrada da balada de Pinheiros custa 40 reais às sextas e 60 reais aos sábados para homens. Outro funcionário chegou à sala. Mais antenado, deu detalhes do perfil de boates como a Megga e a Flex, além do restaurante Piaf.

Escorregou, no entanto, ao ensinar o trajeto à casa noturna Blue Space, na Barra Funda, saindo da Avenida Paulista. “Pegue o metrô na Estação Masp, Linha Verde, e salte no Paraíso. Lá, tome a Linha Vermelha e salte na Sé. Depois, pegue a Linha Laranja e vá até a Estação Marechal Deodoro.” Do Paraíso à Sé, o trajeto seria feito pela Linha Azul. E não existe “Linha Laranja” no sistema metroviário paulistano.

O escritório é uma parceria entre a SPTuris, a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (AbratGLS), a Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (Cads) e o Casarão Brasil. Estima-se que 1 000 pessoas passem por lá todos os meses. “O público GLS se identifica com a diversidade de São Paulo”, diz Luiz Sales, diretor da Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo (SPTuris) — responsável pelo treinamento dos funcionários. “Mais turista gay é garantia de mais dinheiro para a cidade.” Por isso mesmo, é necessário acertar as informações.

 

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