Veementes congratulações pelas diversas reportagens (“Só perdemos com ele”, 6 de abril) em que finalmente nós, cidadãos, podemos ver exposta a vergonhosa situação em que se encontra esta megalópole — ainda mais quando se percebe que falta tanta coisa, com destaque para o planejamento e a execução de obras e para uma fiscalização do trânsito mais condizente. E que, enquanto isso, o prefeito Kassab se ocupa com a parte puramente política de sua vida, como se bastasse “ser prefeito” para cacifar seu futuro perante os eleitores.
MARCO AURÉLIO FERNANDES
As autoridades que inventam o rodízio de veículos, atapetam as vias de radares, criam corredores disso e daquilo são as mesmas que permitem o adensamento demográfico e o crescimento irracional e desordenado da cidade. Ou São Paulo para de crescer ou nunca haverá recursos suficientes para investimentos em infraestrutura a fim de minimizar o sofrimento que é viver na cidade. Ou seja, São Paulo não tem excesso de veículos, tem excesso de gente.
RENATO LUIZ MUSSO
A reportagem mostra uma discussão aprofundada acerca de um dos problemas mais complexos do mundo moderno: os sistemas de transportes. Na minha avaliação, esse trabalho jornalístico de fôlego é um dos caminhos para termos uma sociedade mais atuante, que faz a sua parte, contribuindo para minimizar os problemas sociais e cobrando ações das administrações públicas, em todos os níveis.
MARCELO CARDINALE BRANCO Secretário Municipal de Transportes
As soluções apontadas por especialistas esbarram em diversos problemas que acabam atrapalhando ou inviabilizando a implantação de tais medidas. Primeiramente, a falta de educação das pessoas. Outro fator que dificulta é a Justiça, lenta e burocrática — os processos de desapropriação para que se implantem novos corredores de ônibus e linhas de metrô acabam delongando demasiadamente a adoção dessas medidas. Outro ponto — que acredito ser o mais grave — é a corrupção deslavada, que desvia milhões destinados a melhorias do sistema de transportes.
ALEXANDRE WITTBOLDT
O trânsito da cidade de São Paulo está travado. Não é brincadeira. É piada. Chega-se mais rápido a muitos lugares caminhando do que indo de carro. Mas parece que está tudo bem, pois os cidadãos estão calados.
IZABEL AVALLONE
Se a cidade com a maior arrecadação de impostos do país é administrada dessa forma por nossos governantes há anos, posso imaginar como estão as demais. Um viva para a Copa do Mundo! Um viva para a Olimpíada! Um viva para os quilômetros de metrô entregues ano a ano! Um viva para a nossa falta de civismo!
CESAR MEDEIROS
Brincadeira é ser multada no mesmo lugar três vezes (na Rua Prestes Maia, 800, depois da Estação da Luz) por estar a 68 quilômetros por hora. Quando conseguimos sair dos congestionamentos, somos pegos pelos “radares-cassino” até em velocidade de tartaruga.
RENATA ZWEI
Enquanto não houver uma regra clara para a organização imobiliária da cidade, isenta de interesses das construtoras, de nada adiantarão as medidas propostas, que serão paliativas. A cada novo edifício erguido, há um maior adensamento da população e de carros, obviamente. Devemos cobrar de nossos vereadores e de nosso prefeito um novo plano diretor, ou conviveremos cada vez mais com trânsito infindável, falta de água e de tratamento de esgoto, violência, falta de leitos hospitalares…
ARTUR YOSHIO ANDO
Resolvi escrever instigado pelas últimas matérias (excelentes!) e pela minha indignação diante da incompetência com que esta cidade é administrada. Um sensacional exemplo de gestão urbana: pela manhã, trafego a 3 quilômetros por hora na Avenida Giovanni Gronchi, entre as ruas Charles Spencer Chaplin e Santo Américo.
JORGE DIB
Quando a inspeção veicular ambiental foi criada, havia o intuito de controlar a emissão de gases dos veículos e, consequentemente, tirar de circulação aqueles que não tinham condições mínimas de uso, contribuindo assim para a melhora na fluidez do trânsito. Pois bem. Passados mais de dois anos do início da inspeção veicular, vejo diariamente, sobre tudo na Zona Leste, carros, motos, caminhões e inclusive veículos oficiais sem o selo da inspeção ambiental, que é obrigatório e identifica os veículos que já passaram pela inspeção. Diante disso, pergunto: não existe fiscalização ou a inspeção veicular é mais um imposto criado pensando só na arrecadação?
RENATO GUALDA
Após 29 anos de vida paulistana, nos quais pude experimentar tanto os pontos positivos quanto os negativos da cidade, percebi que a cada ano que passa as deficiências crescem em progressão geométrica. Nos últimos dois anos, o trânsito vem tomando um tempo muito precioso de nossa vida: perdemos um mês inteiro por ano parados em congestionamentos. Isso é inconcebível.
RODRIGO OLIVEIRA
Tem de ter peito e coragem para tomar medidas que melhorem o transporte público. Também é preciso ter peito para taxar o cidadão por meio de medidas impopulares e mais duras. A administração municipal não pode continuar dessa forma. Homens públicos deveriam andar de ônibus de vez em quando para sentir o que temos de passar e assim melhorar o serviço.
ANA CAROLINA SALEM VANOSSI
Parabéns pela detalhada reportagem. A facilidade hoje de as pessoas adquirirem um carro pagando a perder de vista e o número absurdamente excessivo de gente em São Paulo pioram tudo. A cidade não é elástica.
MARLENE DUARTE PEREIRA
Só há uma solução: descentralização urgente, com empresas e serviços expandindo seus negócios para a periferia e somente contratando funcionários que residam próximo ao local de trabalho. Fim aos “turistas” de todos os dias, que ficam em média duas horas no trânsito, na ida, para ir trabalhar, e mais duas, na volta para casa.
ARCANGELO SFORCIN
O problema só será resolvido quando as pessoas se derem conta de que a maior parte das atividades profissionais desenvolvidas em escritórios poderia ser feita em sua própria casa. Já existem os recursos e a tecnologia para isso. Estimular a implantação de home offices ajudaria a aliviar o trânsito, pois uma pessoa que passa o dia sentada diante de um computador não precisa se deslocar 50 quilômetros para isso, por exemplo.
RODRIGO AMARAL
Bastante oportuna a reportagem. Uma pena a prefeitura não seguir o pensamento do citado professor Diógenes Costa, da Unicamp, que preconiza a criação de mais corredores de ônibus, sem cruzamento e com plataformas para embarque e desembarque.
MARIA H. MERCER
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