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Aumenta o número de candidatos transexuais a cargos políticos no Brasil

São Paulo tem a maior quantidade de nomes

Por Henrique Nascimento
Atualizado em 5 out 2018, 18h12 - Publicado em 5 out 2018, 18h11

No domingo (7), o Brasil vai mais uma vez às urnas escolher os seus representantes políticos, dessa vez para os cargos de presidente, governador, senador e deputados estaduais e federais.

A novidade esse ano é que as cadeiras ganharam uma chance maior de serem ocupadas por pessoas transgêneros. Segundo levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o país conta em 2018 com 53 candidaturas de pessoas trans, sendo a maioria para os cargos de deputados estaduais e federais. Há apenas uma postulante ao Senado, a professora Duda Salabert, em Minas Gerais – também presidente da Transvest, ONG que oferece cursos pré-vestibular e de idiomas, gratuitamente, para travestis e transexuais.

São Paulo lidera, com doze candidaturas, seguido pelo Rio de Janeiro, com nove. Santa Catarina e Minas Gerais estão empatados em terceiro lugar, com quatro cada. Em 2014, a Antra fez o primeiro levantamento de candidatos a cargos federais e listou apenas cinco trans nessa posição no Brasil. Neste ano, então, o número se multiplicou mais de dez vezes.

Léo Áquilla: jornalista e apresentadora de TV concorre a um cargo político pela quinta vez (Reprodução/Divulgação)

Entre as candidatas paulistas (todas mulheres transexuais e travestis), há uma veterana. É o caso da jornalista e apresentadora de TV Leonora Áquilla, mais conhecida como Léo Áquilla, que disputa uma vaga como deputada federal pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS).

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É a sua quinta tentativa de ingressar na carreira política: em 2006 e 2010, buscou o cargo de deputada estadual; em 2014, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília, mas também não obteve sucesso. Em 2016, concorreu a eleição para vereadora e, mais uma vez, não foi eleita.

Tifanny Abreu: primeira transexual a integrar a seleção ferminina de vôlei, ela agora procura uma carreira na política (Leo Martins/Veja SP)

A maioria, no entanto, é nova na política: Tifanny Abreu, primeira transexual a integrar uma seleção feminina brasileira de vôlei, agora se aventura como candidata a deputada federal pelo MDB. A atriz, cantora e ativista dos direitos humanos Renata Peron, também postulante a deputada federal, se junta à pastora da Igreja da Comunidade Metropolitana Alexya Salvador, que tenta o mesmo cargo em âmbito estadual, para promover uma “dobrada trans” a fim de “TRANSformar o Congresso”. Ambas são do PSOL.

Renata Peron: ativista dos direitos humanos, a atriz e cantora também tenta uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília (Reprodução/Divulgação)

Também pelo PSOL, que registra o maior número de candidaturas de pessoas trans – são vinte ao todo –, disputa um cargo como deputada estadual a artista, educadora e ativista dos movimentos negro e LGBT Erica Malunguinho, à frente do Aparelha Luzia, centro cultural na Santa Cecília, em São Paulo. Tem apoio da filósofa política Djamila Ribeiro, as escritoras Conceição Evaristo e Clara Averbuck, a atriz Maria Clara Spinelli e as cantoras Candy Mel, da Banda Uó, e Luedji Luna.

Erica Malunguinho: candidatura da ativista dos movimentos negro e LGBT conta com apoio de intelectuais e artistas (Reprodução/Divulgação)

Há também um projeto curioso: Erika Hilton, estudante trans e ativista por direitos sociais e humanos para grupos marginalizados, faz parte da “candidatura coletiva” Bancada Ativista, pelo PSOL. Representada por Mônica Seixas, jornalista e ativista socioambiental, que já disputou a prefeitura de Itu, no interior paulista, a chapa é formada por nove co-candidatos que buscam representar e trabalhar por minorias. Existem representantes dos movimentos negro, feminista, LGBT, indígena, pelos direitos dos imigrantes e também dos animais, dentre outros.

Erika Hilton (na ponta, à esquerda): ela é co-candidata na Bancada Ativista, candidatura coletiva que procura representar minorias (Reprodução/Divulgação)
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