Corregedoria aprova cassação de vereador acusado de racismo
Camilo Cristófaro está sendo investigado por quebra de decoro desde maio de 2022, quando disse a frase "É coisa de preto" em sessão da Câmara
A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo aprovou, nesta quinta-feira (24), a cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante) por quebra de decoro parlamentar e racismo. As acusações se referem ao ocorrido na CPI dos Aplicativos, em maio do ano passado, quando o microfone do parlamentar estava aberto e ele proferiu a frase “É coisa de preto”.
+ Auditores vão inspecionar qualidade de fraldas fornecidas pela prefeitura
Após a fala, foi aberto um processo disciplinar contra o vereador a pedido da vereadora Luana Alves (PSOL). Os parlamentares, então, aprovaram o pedido de abertura. Uma outra investigação, referente ao crime de racismo, foi aberta na Justiça de São Paulo, mas Cristófaro foi absolvido da alegação.
Na época, ele chegou a se justificar, indicando que foi uma brincadeira com um amigo. O relator do processo, Marlon Luz (MDB), afirmou que a fala “reforçou a percepção socialmente abominável de que as pessoas negras são necessariamente encarregadas de executar trabalhos manuais e que sua suposta ineficiência está relacionada à sua etnia, o que, por si só, já caracterizaria uma quebra de decoro parlamentar”.
O relatório de cassação foi aprovado na Câmara de SP por cinco votos a favor e uma abstenção. Agora, ele segue para votação em plenária, prevista para a próxima terça-feira (29). O vereador só será cassado caso haja aprovação com maioria absoluta, ou seja, pelo menos 37 votos.