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Câmara aprova versão mais ‘enxuta’ de pacote de concessões

Estão no pacote a gestão do bilhete único, parques, e praças, terminais de ônibus, do serviço de guincho e pátio de veículos, entre outros

Por Estadão Conteúdo
22 set 2017, 09h00
Pacote de concessões: Câmara aprova versão mais 'enxuta' (Rogério de Santis/Estadão Conteúdo/Veja SP)
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Sob protesto de permissionários dos mercados municipais e críticas de vereadores, a gestão do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), conseguiu aprovar em definitivo nesta quinta-feira (21), uma versão mais enxuta do pacote de concessões de equipamentos e serviços públicos à iniciativa privada, uma de suas principais promessas de campanha.

Com 38 votos a favor e 13 contra, a Câmara Municipal autorizou a Prefeitura a conceder à iniciativa privada a gestão do bilhete único do transporte público, parques, e praças, terminais de ônibus, do serviço de guincho e pátio de veículos, e do Complexo da Cantareira, composto pelo Mercadão e pelo Mercado Kinjo Yamato, que fica ao lado.

Para conseguir aprovar o pacote, Doria aceitou retirar do projeto a concessão de 12 mercados municipais e dos 17 sacolões que estavam na versão original. Segundo o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), os permissionários do Mercadão, que reúne cerca de 300 boxes, “são mais ricos” e “têm condições de disputar a licitação” de concessão do espaço, um dos cartões-postais da capital, que recebe cerca de 20 000 visitantes por dia.

A inclusão dos mercados municipais de bairro no projeto original como do Ipiranga, Lapa, Penha e Santo Amaro, enfrentava forte resistência dos vereadores da base de Doria com reduto eleitoral nesses distritos, como Ricardo Nunes (PMDB), Rodrigo Goulart (PSD) e Gilson Barreto (PSDB).

Com o recuo, o governo garantiu o apoio do G18, grupo de vereadores da base que negocia projetos pontualmente, e conseguiu os votos necessários para vencer no plenário. O texto aprovado, porém, dá prazo de seis meses para que o prefeito envie um novo projeto de lei à Câmara para tratar da concessão dos demais mercados e dos sacolões.

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Um grupo que representa os 814 permissionários e 5 000 funcionários dos mercados lotou as galerias da Câmara pelo terceiro dia consecutivo para pressionar pela retirada de “todos” os mercados do projeto. “Nosso receio é de que entre um grupo grande na disputa ou os chineses que já dominam toda a região da 25 de Março e desfigure o mercado, que é um patrimônio da cidade.

Aquilo é minha vida”, disse o comerciante Rogério Farkuh, de 59 anos, dono de um boxe de pasteis no Mercadão há 16 anos.
Para destravar o projeto na Câmara, Doria já havia retirado do pacote de concessão o sistema de compartilhamento de bicicletas, que foi regulado por decreto do prefeito, e do mobiliário urbano que terá um projeto de lei específico. “É uma grande vitória para a gestão, uma vez que a essência do projeto foi mantida”, disse o líder do governo Aurélio Nomura (PSDB).

O pacote de concessões ainda voltou a ser duramente criticado por vereadores da oposição e até da base de Doria. Ex-secretária de Direitos Humanos, a tucana Patrícia Bezerra disse que o projeto era uma “excrescência” e que não garante investimento social.

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Principal partido de oposição a Doria, o PT obstruiu a tramitação do projeto até o fim da noite e não descartava acionar a Justiça para tentar anular o texto aprovado. “É um projeto genérico porque não traz as diretrizes do edital – nem um estudo de viabilidade – e ilegal porque não define os prazos de concessões”, afirmou Antonio Donato, líder do PT na Casa.

O projeto aprovado também incorporou quatro emendas apresentadas pelos vereadores da base, entre elas uma de Gilberto Natalini (PV), ex-secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, que garante a manutenção dos serviços ambientais nos parques que serão concedidos, e outra de Paulo Frange (PTB) que obriga os concessionários dos terminais a construírem e doarem para a Prefeitura moradias populares em 5% da área dos terminais.

Para viabilizar a concessão dos 27 terminais, a gestão Doria alterou a lei para liberar a construção e venda de uma área superior a onze vezes o tamanho do Edifício Copan, um dos maiores da cidade, em cima dos próprios espaços ou em um raio de 600 metros ao redor deles.

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No pacote aprovado nesta quinta, fica autorizada a concessão da gestão do bilhete único do transporte público, parques, e praças terminais de ônibus, do serviço de guincho e pátio de veículos, e do Complexo da Cantareira – composto por Mercadão e o Mercado Kinjo Yamato, ao lado.

Para o governo aprovar nesta quinta o plano na Câmara, retirou a concessão de 12 mercados e dos 17 sacolões – novos projetos para esses itens devem ser enviados. Na véspera, já havia negociado retirar o sistema de compartilhamento de bikes, regulado por decreto, e do mobiliário urbano.

A concessão do Pacaembu havia sido o primeiro projeto de concessão aprovado na Câmara. Ainda este ano Doria quer aprovar a privatização do Anhembi.

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