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Avenida Paulista ganhará novo bulevar com feira e área de convivência

Espaço terá também atividades culturais e outras atrações após repaginação do projeto anterior, barrado pela Justiça em 2019

Por Hyndara Freitas
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h29 - Publicado em 30 set 2022, 06h00
Complexo com Hotel, spa, restaurantes, centro comercial e cultural ocupa o antigo terreno e edifício da maternidade da família Matarazzo, na Bela Vista
Megaempreendimento Cidade Matarazzo: requalificação do entorno (Leo Martins/Veja SP)
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A prefeitura autorizou no último dia 17 a criação de um bulevar na região da Avenida Paulista, com uma via exclusiva para pedestres, reforma de calçadas, instalação de wi-fi gratuito, bancos, mesas e espaços de convivência, quiosques de comida, feira de orgânicos e exposições culturais ao ar livre.

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O projeto compreende a Rua São Carlos do Pinhal, na Alameda Rio Claro e na Alameda das Flores (um calçadão que liga a Rio Claro à Paulista por onde não passam carros), e será tocado pela Associação São Paulo Capital da Diversidade, uma entidade que vai gerir o espaço por trinta anos. A previsão é que as obras comecem e terminem em 2023.

A implementação e a gestão do bulevar devem ter um custo de 125 milhões de reais, valor que será pago pela entidade gestora. O projeto prevê fiação aterrada, horta urbana e plantação de 400 árvores.

O bulevar na Paulista é uma reformulação de uma proposta que surgiu em 2019 mas que naufragou após ter sido questionada por moradores e barrada pela Justiça. Em 2021, o projeto Sua Rua, como agora é chamado, foi alterado e apresentado novamente à municipalidade por meio de um Procedimento de Manifestação de Interesse Social.

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A prefeitura gostou da ideia e abriu um chamamento público, pelo qual outras associações privadas poderiam encaminhar propostas para implementar o projeto. Entretanto apenas a São Paulo Capital da Diversidade se interessou e o acordo foi homologado neste mês.

A arquiteta Adriana Levisky, responsável pelo projeto, afirma que o bulevar vai levar a arte e a cultura para um local próximo da população, o que vai ajudar a “requalificar” o espaço público.

“Haverá um bom design do mobiliário urbano e curadoria paisagística de requalificação do verde.”

Adriana Levisky, arquiteta

“As calçadas têm o design dos Irmãos Campana, é uma coisa importante. Como a gente pode ter oportunidades de trazer cultura de uma forma lúdica, inclusiva e fazer a população ter fácil acesso à arte de uma forma geral? É um contexto de integração”, comenta.

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Ela conta que a mudança vai renovar a iluminação pública das vias, levar soluções de drenagem sustentável, fazer um “bom design do mobiliário urbano e curadoria paisagística de requalificação do verde no espaço público de forma integrada com atividades públicas culturais”, como exposições de arte gratuitas.

A Alameda das Flores será exclusivamente para pedestres, assim como é atualmente, enquanto a São Carlos do Pinhal e a Alameda Rio Claro seguirão com a circulação de veículos.

Mapa Alameda das Flores
Mapa Alameda das Flores (Reprodução/Veja SP)
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Quando apresentada pela primeira vez pela mesma entidade em abril de 2019, a ideia era mais ambiciosa, com a criação também de um túnel na São Carlos do Pinhal. Mas em dezembro daquele ano, associações de moradores da Consolação e Bela Vista acionaram a Justiça alegando que a obra traria grandes consequências ao bairro e que, por isso, os moradores deveriam ser consultados.

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No mesmo mês, houve decisão impedindo o início das obras. Com o imbróglio judicial e a pressão dos vizinhos, a prefeitura rompeu o contrato. A Justiça então declarou a perda de objeto do processo.

Em setembro de 2021, porém, a ideia do bulevar foi ressuscitada pela mesma associação, que apresentou uma nova proposta — dessa vez sem o controverso túnel. Pelo projeto homologado pela prefeitura, a primeira etapa do bulevar consistirá na implantação da requalificação urbana da Alameda das Flores e no trecho da Rua São Carlos do Pinhal, entre a Alameda Rio Claro e a Rua Itapeva.

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Depois, será instaurado o mobiliário urbano, e a etapa final é a manutenção e a conservação do bulevar, com a operação das atividades de comércio e feira de orgânicos e serviços de alimentação e atividades socioculturais e educacionais. Os valores arrecadados deverão ser utilizados para custear as melhorias no próprio local.

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Por trás da entidade estão os responsáveis pelo Cidade Matarazzo, luxuoso complexo de hotéis, gastronomia, edifício corporativo e centro cultural na Rua Itapeva e vizinho do futuro bulevar.

Na proposta inicial do projeto, a São Paulo Capital da Diversidade argumentou que as intervenções propostas “não são imprescindíveis” para o local, mas poderão “propiciar maior segurança e conforto aos deslocamentos de pedestres que se destinem ao empreendimento Cidade Matarazzo e aos demais usos não residenciais da Rua Itapeva”.

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Na prática, o bulevar será mais um elemento de transformação no quadrilátero. Atualmente, já estão funcionando no local o hotel seis estrelas Rosewood, bares e restaurantes, mas ainda há outros empreendimentos no espaço em fase de construção — com destaque para um teatro subterrâneo de 17 metros de altura no bloco onde funcionou o Hospital Umberto I.

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Publicado em VEJA São Paulo de 05 de outubro de 2022, edição nº 2809

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