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Bolivianos: maioria formada por imigrantes ilegais

A maior parte trabalha na capital paulista e atua na área de corte e costura

Por Sandra Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 19h08 - Publicado em 13 out 2009, 15h54

Segundo o Consulado da Bolívia, há cerca de 34 000 bolivianos vivendo legalmente no estado de São Paulo. E, estima-se, pelo menos o dobro de imigrantes ilegais. A maior parte deles mora e trabalha na capital paulista, geralmente com corte e costura. É comum vê-los procurando serviço nas ruas do Bom Retiro, de porta em porta nas confecções. Muitos, por não terem documentos e não falarem o português, acabam sendo explorados por donos de oficinas (formadas para atender às grifes que preferem terceirizar a mão-de-obra). No geral, os bolivianos clandestinos trabalham em troca de hospedagem, comida e pagamento baixo.

Quatrocentas roupas e 1 500 reais por mês

Juntos, Monica Carrillo e Cristian Leaños produzem 100 peças de roupa por semana, entre blazers, saias e terninhos femininos. Eles passam dez horas por dia sentados em frente às máquinas de costura que ocupam pelo menos metade do sobrado que dividem com as três filhas, a mãe e o padrasto de Monica no Bom Retiro. Os cerca de 1 500 reais que faturam por mês sustentam Luana, de 9 anos, e as gêmeas Melissa e Milena, de 5. Desse montante, eles tiram 100 dólares para enviar mensalmente aos parentes na Bolívia, país que deixaram nos anos 90, fugindo do desemprego. “Ganhamos muito bem em relação a outros bolivianos que migraram”, diz Monica. “Temos a sorte de prestar serviço para uma empresa que não é de coreanos, famosos por pagar muito mal.” O casal recebe 7 reais para costurar uma calça, por exemplo. “Amigos que trabalham para os coreanos embolsam apenas 1,50 pelo mesmo serviço”, afirma Leaños. Ligado aos atuais patrões há dois anos, o casal está feliz no Brasil. “No Bom Retiro, trabalho é o que não falta”, comemora Monica. E também diversão. Aos sábados, a colônia boliviana do bairro costuma se reunir numa feira na Rua Anhaia, com comidas e músicas típicas.

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