Biometria provoca filas mais longas para votar neste ano
Justiça Eleitoral reconhece problema, diz que votação pode se estender até 19h mas garante voto a todos que estiverem com senha
Os eleitores que foram às urnas neste domingo (2) no primeiro turno enfrentam longas filas para poder votar. Alguns relatam mais de uma hora de espera, e o principal entrave enfrentado é em relação ao cadastro da biometria. Em entrevista, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, afirmou que todos que chegarem até as 17h nos pontos de votação poderão exercer o seu direito ao voto, já que receberão senhas. O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) admite que a votação pode se estender até 19h.
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“Nunca tinha visto tanta fila”, afirmou a analista de mídia Sabrina Garcia, 27, após ficar mais de 40 minutos na fila da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Machado de Assis, na Vila Santa Catarina, Zona Sul da capital.
O uso da biometria começou a ser implementado de forma experimental em 2008 e deveria ser totalmente finalizada até 2020. Entretanto, devido a pandemia de Covid-19, ele foi suspenso. Com isso, em São Paulo, 67% dos mais de 34 milhões de eleitores tivera a biometria registrada na Justiça Eleitoral, e outros não.
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O sistema confirma a identidade do eleitor por meio de impressões digitais, armazenadas em um banco de dados oficial. Porém, muitos outros que não fizeram o recadastramento na Justiça Eleitoral, estão tendo os seus dados validados a partir de bases de órgãos públicos, tais como a do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).
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No estado de São Paulo, estão sendo usados dados biométricos de 4,2 milhões de eleitores paulistas, segundo o diretor-geral do TRE, Cláudio Corrêa, que afirmou que a votação pode se estender até as 19h. Assim como já havia adiantado Alexandre de Moraes, Correa explicou que todos os eleitores que comparecerem à seção eleitoral até às 17h poderão votar. Quem estiver no local nesse horário receberá uma senha, e a votação naquela seção só será encerrada após a votação de todos que eventualmente estejam aguardando.
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Ele disse que o problema maior se concentrou no horário de pico, das 11h às 14h. “Nós sabemos, de maneira mapeada, que das 11h até por volta das 14h é um horário de pico, porque muitos eleitores e eleitoras querem votar um pouco antes do almoço ou logo na sequência”, afirmou.
Atrasos
As filas foram relatadas em vários pontos de votação. Na Zona Sul, os eleitores demoravam mais de uma hora na fila da Unip da Chácara Santo Antônio e colégio Madre Cabrini, na Vila Mariana; na Zona Oeste, eleitores relataram longas filas e demora na Emei Noemia Ippolito, na Vila Romana e na Emef (educação fundamental) Desembargador Amorim Lima, no Butantã; problema que também ocorreu no Colégio Objetivo da avenida Paulista, e também na escola Marina Cintra, na Consolação, ambas na região central.
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Eleitores de pontos da Zona Leste, entre eles alguns da Unicid Tatuapé, e da escola estadual Plínio Barreto, na Mooca, não ficaram tanto tempo na fila se disseram “sortudos”. O único incidente relatado na Unicid Tatuapé foi o de uma urna que apresentou problema.
Um mesário que está trabalhando na escola estadual Ceciliano José Ennes, no Itaim Bibi, relatou que muitos eleitores precisam realizar até três tentativas para confirmar a biometria.