Continua após publicidade

“Não é frescura”, diz morador sobre barulho de lanchonete nos Jardins

Vizinhos da Lanchonete da Cidade, na Alameda Tietê, protestam contra volume de ruídos provocados por exaustor; empresa rebate

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 14 fev 2020, 15h51 - Publicado em 8 nov 2019, 18h11
Unidade fica na Alameda Tietê, nos Jardins (Reprodução/Google Maps/Veja SP)
Continua após publicidade

Moradores de prédios vizinhos à Lanchonete da Cidade, localizada na Alameda Tietê, nos Jardins, região nobre da capital, começaram a reclamar do barulho provocado por uma espécie de exaustor, instalado sobre o telhado da loja. Parte da vizinhança tentou desde gastar quase 30 000 reais em janelas antirruídos a comprar protetores auriculares para ficar dentro de casa. Houve até um protesto no qual vizinhos tentaram convencer clientes a boicotar a lanchonete.

Desde junho morando no pedaço, o médico Rubens Belfort, de 42 anos, disse que os ruídos infernizam durante o dia todo. “É um barulho superdesagradável. É infernal, enche o saco”, desabafa o médico, que reside no sexto andar de um edifício colado ao restaurante, e cuja janela dá bem de frente para o maquinário. “Não é questão de ser fresco. Vai direto, sem parar, das 10h até as 2h da madrugada.”

Pai de um filho de 20 anos, Belfort afirma que o jovem só consegue estudar graças à instalação das janelas antirruído. Pela medição feita com o celular de Belfort, o barulho do exaustor da lanchonete bate os 70 decibéis.

Medição
Barulho do exaustor chega a 70 decibéis, segundo medição registrada pelo celular do vizinho (Reprodução/Veja SP)

Pela legislação popularmente conhecida como “lei do PSIU”, os limites de ruídos são definidos pela Lei de Zoneamento. Em bairros residenciais, o limite é de 50 decibéis, entre 7h e 22h. Das 22h às 7h, cai para 45. No caso de zonas mistas, o limite fica entre 55 e 65 decibéis no horário das 7h às 22h. Das 22h às 7h, o valor varia entre 45 e 55 decibéis.

Continua após a publicidade

Outros moradores do condomínio de Belfort, chamado Visconde do Rio Claro, tentaram dialogar com os responsáveis pela franquia. Segundo o médico, diretores da Lanchonete da Cidade se comprometeram a resolver o problema, mas não cumpriram as promessas que fizeram na época. Então, o grupo de vizinhos passou a tomar as próprias providências.

Primeiramente, decidiram entrar com uma ação na Justiça pedindo a redução do ruído – até agora sem uma definição sobre o caso. Também organizaram um protesto nas redondezas, no qual distribuíram panfletos pedindo que os clientes deixassem de comer lá. O folheto fazia apelo tais como: “Imagina se fosse com sua família?”, “Como você pode ajudar?”, “Vá comer hambúrguer em outro lugar se quiserem nos ajudar a resolver o nosso problema”.

“No dia em que os vizinhos estavam panfletando na rua, chamaram a polícia”, afirma Belfort. “É curioso. Quando eles incomodam a gente, faz parte. Quando a gente quer informar sobre o problema, eles querem chamar a polícia?”.

Continua após a publicidade

Também vizinha da lanchonete, a médica Monica Checchia, de 62 anos, contou que foi obrigada a comprar protetores auriculares para conseguir permanecer em sua própria casa. “O barulho é muito forte. E olha que temos janelas antirruído. Se não, seria impossível ficar aqui”. Ela mora há um ano no quinto andar de um prédio da redondeza.

Outro lado

Em nota, o diretor operacional da Lanchonete da Cidade, Vinícius Casella Abramides, escreveu que a franquia tem todas as licenças para operar no bairro. “Aceitamos críticas de maneira humilde, e trabalhamos sempre para melhorar, e assim fazemos desde a nossa chegada à Alameda Tietê. Quando erramos, corrigimos o mais rápido que conseguimos. Entretanto, ressaltamos que existe um limite ao que podemos fazer”, diz o texto.

Abramides explica ainda que a marca segue “rigorosamente as normas técnicas, legais, e de segurança às quais estamos submetidos no nosso ramo de atuação”.

Continua após a publicidade

Ele também cita na nota a ação movida pela vizinhança para resolver o problema do barulho. E afirma aguardar uma decisão judicial antes de fazer qualquer tipo de mudança. “Felizmente, o caso em questão está na Justiça para ser discutido de forma desapaixonada. Se houver algo a corrigir, que seja apontado de forma técnica e equilibrada: é certo que acataremos prontamente, cidadãos e empresários responsáveis que somos”, pontua um dos diretores da rede.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.