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Bar Ministrão, fechado após caso de metanol, reabre: “O tempo sempre revela a verdade”

Bar havia sido interditado pela Vigilância Sanitária em 30 de setembro

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 out 2025, 10h40
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Fachada do Bar Ministrão (Google Street View/Reprodução)
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O Bar Ministrão, estabelecimento no Jardim Paulista interditado após um caso de intoxicação por metanol, reabriu no sábado (18).

O estabelecimento anunciou a reabertura em vídeo publicado nas redes sociais. “Foram longos 15 dias de portas fechadas. Fechado sem culpa, sem o direito de uma defesa justa”, relatou a publicação. “O tempo sempre revela verdade”.

“Lamentamos profundamente tudo que aconteceu e somos solidários a todos que, assim como nós, foram atingidos injustamente pela má-fé de bandidos que adulteraram bebidas e mancharam o nome de quem trabalha direito”, completaram.

O estabelecimento  ainda não está autorizado a vender destilados, apenas cerveja e vinho, além de alimentos e bebidas não alcóolicas.

O bar foi interditado em 30 de setembro pela Vigilância Sanitária. Lá, uma mulher de 43 anos diz ter consumido três caipirinhas e perdido a visão.

Na época, o Ministrão defendeu que todas as bebidas foram adquiridas de fornecedores oficiais, com nota fiscal e procedência garantida.

Metanol: Com queda de movimento, bares assinam carta por “confiança”

Em uma temporada de duras penas para o setor etílico, bares de São Paulo se uniram para assinar uma carta aberta com a intenção de “assegurar a saúde e a confiança dos clientes”.

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No meio da crise causada pela venda de destilados adulteradao, que causaram ao menos cinco mortes em São Paulo pela intoxicação por metanol, os estabelecimentos garantem a compra 100% legal e rastreável das bebidas e afirmam ter equipes treinadas para evitar fraudes ao inspecionar lacres, selos e rótulos.

“A ideia é combater a desinformação”, diz Gabriel Santana, do Santana Bar, que reuniu os estabelecimntos. “O vilão não é o destilado, mas o falsificador.”

A carta soa como um pedido de apoio num momento difícil, em que os bares, principalmente os dedicados aos coquetéis, que têm como base bebidas destiladas, enfrentam uma brusca queda de movimento.

No Fifty Fifty, houve redução de cerca de 20% de público. “Estamos apostando na comida, nas sobremesas e clientes fiéis”, diz a sócia Stephanie Marinkovic. O faturamento semanal do Regô está menos que a metade do que entra numa semana normal. Na última quinta (9), Gabriel Santana, do Santana, postou um vídeo de desabafo: “não veio nenhum cliente.”

A casa com balcão confortável: Fifty Fifty, a carta dos bartenders do ano
Fifty Fifty: aposta na cozinha (Ligia Skowronski/Veja SP)
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Assinam a carta aberta alguns dos principais endereços de coquetelaria na capital paulista: Boca de Ouro, Caledonia, Cascasse il Mondo, Cordial, Exímia, Fifty Fifty, Guarita, Guilhotina, Lágrima, Matiz,  Opalina, Picco, Regô, Santana, SubAstor e The Punch, além dos bartenders Marco de La Roche e Michelly Rossi. Novos integrantes devem aderir à carta.

Os signatários garantem também que “a coquetelaria de excelência e o preço de nossos produtos refletem o custo de insumos originais, legalizados e seguros”. “Convidamos a imprensa e os clientes a questionarem a procedência de qualquer bebida em nossas casas. Estamos prontos para apresentar as notas fiscais e detalhar nossos procedimentos”, diz o documento.

O país soma 213 notificações de pessoas com intoxicação por metanol após tomarem bebidas alcoólicas, com 32 confirmações e 181 em investigação. Há cinco mortes confirmadas em São Paulo.

Na manhã desta terça-feira (14), a Polícia Civil realizou uma operação contra uma rede criminosa suspeita de envolvimento na produção e comercialização de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo e prendeu seis pessoas.

Operação Poison Source entra em segunda fase
Operação fechou fábricas clandestinas no interior de SP (Governo de SP/Divulgação)
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O que é o metanol?

O metanol é um álcool utilizado como adulterante de combustível de automóvel e de bebidas alcoólicas, por fábricas clandestinas e falta de controle rigoroso na fabricação. Também é encontrado em fluido limpador de para-brisas e é matéria-prima para a fabricação de biodiesel.

Embora o metanol em si não seja tóxico, a toxicidade surge da metabolização no corpo, que forma metabólitos tóxicos para o organismo, especialmente para o sistema nervoso central.

Quando o metanol é ingerido, ele é metabolizado por uma enzima chamada álcool desidrogenase e vira um formaldeído. Posteriormente, é transformado em ácido fórmico por outra enzima chamada aldeído desidrogenase. Os produtos dessa transformação são responsáveis pelas alterações gastrointestinais, neurológicas e pelo depósito direto do álcool no aparelho ocular.

Sintomas de intoxicação por metanol

As manifestações clínicas da intoxicação por metanol começam a acontecer de 12 a 24 horas após a ingestão da substância e incluem:

  • alterações de comportamento;
  • sonolência;
  • incoordenação;
  • dor abdominal;
  • enjoo;
  • vômito;
  • dor de cabeça;
  • alterações visuais, como visão dupla, turvação visual, redução da acuidade visual e até cegueira;
  • em alguns casos, alterações hemodinâmicas, como queda da pressão arterial e aumento dos batimentos cardíacos.
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Diagnóstico de intoxicação por metanol

O diagnóstico começa com a avaliação epidemiológica e a história de exposição. “Não é comum uma pessoa jovem, previamente saudável, desenvolver subitamente esses sintomas. Quando a gente começou a ter um aumento de casos, foram justamente em pessoas sem qualquer fator de risco ou qualquer outro agravo que justificasse”, analisa o médico emergencista, Felipe Liger, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “De certa forma, a gente acaba atuando um pouco como detetive.”

Em paralelo, outras causas são excluídas. A dosagem de metanol no sangue e a gasometria arterial são realizadas para confirmar a intoxicação. “A intoxicação por metanol é uma das grandes causas de alteração no pH do sangue, que pode ser avaliada por gasometria arterial.”

A equipe médica é alertada para avaliar obrigatoriamente a possibilidade de intoxicação por metanol em pacientes com idade compatível, história epidemiológica compatível de exposição e manifestações gastrointestinais ou neurológicas e visuais.

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