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Prefeitura assume violência, mas descarta revista prévia em 2014

Edição de 2013 teve duas mortes e arrastões durante a madrugada

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h59 - Publicado em 19 Maio 2013, 20h56
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  • Mesmo com 3 500 agentes da Polícia Militar, 350 a mais que em 2012, a edição deste ano da Virada Cultural foi considerada violenta, com duas mortes e alguns arrastões que causaram pânico entre os participantes. Na coletiva de imprensa realizada no início da noite deste domingo (19), o prefeito Fernando Haddad afirmou que “houve mais eventos que o esperado”. 

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    De acordo com a PM, duas pessoas morreram, uma baleada e outra supostamente por overdose. No total, 28 suspeitos foram presos, sendo dezessete em flagrante, com nove adolescentes apreendidos. Além disso, seis pessoas foram esfaqueadas e uma arma encontrada. As unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizaram aproximadamente 1 800 atendimentos. O evento reuniu cerca de 4 milhões de pessoas no centro, segundo Haddad.

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    O coronel Reinaldo Simões Rossi afirmou que, antes da realização da Virada, a Prefeitura e a Polícia Militar se reuniram pelo menos cinco vezes para fazer o planejamento das ações. Nessas discussões, os dois lados chegaram ao consenso de que não faria sentido revistar o público. “A lógica desse evento não permite que se faça uma revista prévia, pois se incentiva o público a se deslocar pelas diversas atrações.”

    Conflito

    Durante todo o dia, circulou entre jornalistas a informação de problemas na relação entre Prefeitura e PM. Tanto o prefeito quanto o coronel Rossi fizeram questão de negar qualquer conflito. Haddad afirmou que passou a manhã no telefone com o comandante-geral da PM, Benedito Meira, e que ambos apuraram com seus funcionários as ocorrências da madrugada. “Em nenhum momento houve qualquer tipo de entrevero.” Questionado sobre falhas durante a virada, o prefeito se esquivou.

    Relatos do público de que policiais teriam se omitido durante arrastões e ações criminosas foram justificados pelo coronel. Segundo ele, em eventos de grande magnitude como a Virada, as ações da PM precisam ser muito bem pensadas. “O maior patrimônio é a integridade física das pessoas e isso deve ser levado em consideração.” De acordo com o coronel, dependendo de como são feitas, abordagens podem provocar ações piores que o furto.

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    Mesmo pautada pela violência, o prefeito Fernando Haddad insistiu que, pela perspectiva cultural, a virada foi um sucesso. “Isso não pode nos intimidar de forma nenhuma. É com mais cultura que a violência vai parar de acontecer.”

    Mano Brown

    Uma das novidades desta edição foi o retorno dos Racionais MC’s, após ficarem afastados por sete anos da Virada Cultural por causa de uma confusão na época entre público e a Polícia Militar. Neste domingo,  o rapper Mano Brown condenou os arrastões no Centro de São Paulo.

    “A gente fala da polícia, mas estive aqui de madrugada e vi muita covardia nas ruas do centro. Vários malandros ‘ramelando’, se agredindo, se desrespeitando. Vi dez manos roubando o Mizuno do moleque. Aquela porra custa 900 reais. O que vi no centro esta longe de ser evolução.”

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    O evento não foi comandado pela violência. Além dos bons shows, as barracas dos Chefs na Rua, na Avenida São Luís, ficaram lotadas. O concorrido cachorro-quente de Raphael Despirite, do Marcel, destacou-se.

    O público também se divertiu com as apresentações teatrais. As atrizes Denise Fraga e Marisa Orth, por exemplo, foram ovacionadas. Apesar de arrancar muitas risadas, os artistas que se apresentaram no Palco Stand-Up foram prejudicados pelas falhas no som.

    PONTOS ALTOS

    – Banheiros: eram muitos, bem localizados e, na maior parte dos casos, sem filas.

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    – Palcos da Praça da Sé: um dos pontos mais tranquilos da Virada, com muitos policiais e boa iluminação.

    – Metrô: apesar da lotação (no caso da estação República, principalmente), mostrou-se uma ótima opção para quem queria assistir a espetáculos em vários palcos sem se aventurar nas ruelas escuras do Centro.

    – Palco da 25 de Março: tal como na Praça da Sé, havia um grande número de policiais para garantira segurança do público.

    PONTOS BAIXOS

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    – Violência: além da morte de duas pessoas, o contingente de policiais na região da República e do Arouche não foi suficiente para impedir furtos e arrastões.

    – Iluminação precária: o Vale do Anhangabaú, um dos pontos principais da Virada, estava um breu. Algumas ruelas do Centro também assustaram muita gente.

    – Atrasos: no Palco 25 de Março, o show de Lirinha demorou 45 minutos para começar. Não foi exceção. No Palco República os shows de domingo atrasaram por 2h.

    – Falhas no som: tanto no Palco Stand-Up quanto no da 25 de Março, os ruídos prejudicaram os artistas e irritaram o público.

    – A segurança estava fraca dentro da estação de metrô Luz, cheia o tempo inteiro.

    – As pracinhas de alimentação eram limitadas. Todas as barracas serviam só pastel.

    – A polícia observava tudo de longe no Palco Júlio Prestes. 

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