Aumento em casos de raiva animal põe vigilância em alerta no interior
Foram 196 casos positivos em bovinos, equinos e ovinos no ano passado, contra 105 do ano anterior
Os casos de raiva animal aumentaram 87% em 2017, no Estado de São Paulo, em comparação com 2016, segundo dados da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. Foram 196 casos positivos em bovinos, equinos e ovinos no ano passado, contra 105 do ano anterior. Este ano, os números continuam altos. De janeiro até esta segunda-feira (18) houve 101 casos positivos de raiva em bovinos, equinos e suínos, além de dois casos em cães e gatos – aumento de 53% no período.
A morte de animais contaminados pelo vírus da raiva causou alertas sanitários em cidades do interior. A doença, de alta letalidade, pode ser transmitida para o homem, principalmente pela saliva do animal doente. Em Angatuba, a Defesa Agropecuária confirmou na sexta-feira (15) a presença do vírus em um cavalo que morreu com sintomas da doença. Na mesma propriedade, foi localizada uma colônia de morcegos hematófagos – que se alimentam do sangue dos animais -, possíveis transmissores da doença.
Uma equipe especializada iniciou a captura dos morcegos para aplicação de uma pomada vampiricida. Os animais tratados são soltos e acabam espalhando o veneno para o resto da colônia. Pessoas que tiveram contato com o cavalo estão sendo identificadas e vacinadas contra a raiva. Foi o segundo caso da doença em Angatuba nos últimos dez anos. Em Monte Mor, região de Campinas, oito animais morreram este ano em decorrência da infecção pelo vírus. A doença atingiu bovinos e equinos jovens e adultos. Jundiaí teve cinco mortes confirmadas este ano.
De acordo com o médico veterinário Paulo Antonio Fadil, responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, nas regiões com casos positivos estão sendo realizadas inspeções para o controle de focos do morcego. Este ano, foram realizadas 1 600 inspeções em abrigos, resultando na captura de 2 900 morcegos hematófagos. “Sempre que há suspeita ou diagnóstico positivo para raiva animal, uma equipe de controle é mobilizada para realizar a fiscalização no entorno do foco”, explicou.
O controle da raiva em animais de companhia, como cães e gatos, é feito pela Secretaria da Saúde devido à maior proximidade desses animais com o homem. Em maio deste ano, foi confirmado um caso positivo de raiva em um cão, em Santa Fé do Sul. O animal morreu e a vacinação de cães e gatos, prevista para outubro, foi antecipada para o início de junho.
Em Piracicaba, um gato morreu com a doença no bairro Ibitiruna. A raiva foi confirmada em análise no Instituto Pasteur. Cães e gatos foram vacinados num raio de cinco quilômetros. A Vigilância Epidemiológica entrou em contato com a família e aplicou soro e vacina nas pessoas que tiveram contato com o animal. Em Americana, foi confirmada a raiva num morcego encontrado morto no bairro Antonio Zanaga. Cães e gatos estão sendo vacinados.