Continua após publicidade

Atriz denuncia assédio de policial militar durante Carnaval em Salvador

De férias na Bahia, Gabriela Nery contou em suas redes sociais que levou tapa nas nádegas durante bloco, no último dia 5

Por Matheus Prado
8 mar 2019, 15h37
 (Reprodução/Instagram)
Continua após publicidade

Uma foliã denunciou em suas redes sociais que sofreu assédio de um policial militar fora de serviço durante o Carnaval de Salvador, no último dia 5. Gabriela Nery, atriz e publicitária, contou na postagem no Instagram que o homem deu um tapa em suas nádegas enquanto passava pelo bloco As Muquiranas, no Circuito Barra-Ondina. Acompanhada por uma amiga, ela afirma ter registrado boletim de ocorrência no posto policial que atendia o circuito.

Gabriela diz ainda na postagem que pensou em trocar de roupa antes de chegar ao bloco, que diz “ser o pior de todos”. Naquela noite, ela estava vestida com um maiô amarelo de mangas compridas e franjas nos braços, além de meias-calças.

View this post on Instagram

Essa era minha expressão de felicidade antes de sofrer violência física de um integrante das Muquiranas. Sim, violência contra mulher no carnaval, pensei que não, porém temos! Escolhi minha melhor fantasia para me despedir. Saí na pipoca de Daniela Mercury no Campo Grande, até aí tudo certo. Pensei na situação, vou trocar de roupa pra descer a barra/ondina. Aquele pensamento que nós mulheres temos numa sociedade machista quando temos que deixar de nos vestir como queremos, ou quando temos que deixar de fazer coisas pelo medo das reações externas. Tomei coragem e fui. Estava tudo indo muito bem, dei entrevista, falei de assédio, de fantasia, de corda, enfim. Brinquei, pulei, encontrei amigos, fui atrás de Luiz Caldas, Armandinho. Me esbaldei. Infelizmente ainda temos assédio, puxão de braço, amigo tentando te roubar beijo a força…e no final pra fechar com chave de latão um folião das Muquiranas (que nós já sabemos ser o pior bloco de todos) me deu um tapa na bunda. Virei o satanás! Foi um pega pra capá! Um Gandhi me puxa e diz não vá. Mas não teve jeito. Fui atrás xinguei, gritei, chamei polícia e fomos todos pro posto policial. Passei minhas 4 últimas horas de folia amargando ser mulher num mundo escroto machista. Mas tudo bem, vou fazer minha parte. NÃO PASSO PANO PRA MACHISTA. Tiraram a ficha do cara, era militar. Agora imagina a situação. Veio me pedir desculpa, fizemos ocorrência e ficou com ficha suja. Mas o debate era, que tipo de violência se classifica? Física, sexual, moral? E as consequências? Uma amiga que foi comigo de testemunha via os olhares e comentários: “olha a roupa dela”. Enfim. Nunca vou deixar de me vestir como eu quero. EXIJO RESPEITO! E tenho dito!! #carnaval2019 #respeitaasmina #violenciacontramulher #violenciadegenero #violenciamachista 📷@manucastro81

A post shared by ɢᴀʙʀɪᴇʟᴀ ɴᴇʀʏ (@gabinery) on

Pensei na situação, vou trocar de roupa pra descer a barra/ondina. Aquele pensamento que nós mulheres temos numa sociedade machista quando temos que deixar de nos vestir como queremos, ou quando temos que deixar de fazer coisas pelo medo das reações externas. Tomei coragem e fui”, relatou.

Continua após a publicidade

Em Salvador a passeio, ela contou que, depois de quatro horas no posto policial, conseguiu prestar queixa. Em nota, a Polícia Militar da Bahia afirma que um policial militar foi acusado por uma foliã de importunação sexual nas proximidades de um camarote no bairro de Ondina. O militar foi conduzido para a Central de Flagrantes, onde a denunciante desistiu de prestar a queixa. Por se tratar de um delito condicionado a representação, nenhum procedimento pode ser adotado.

Procurada pela reportagem de VEJA SÃO PAULO, a atriz disse que foi orientada a não se pronunciar mais sobre o assunto, “para resguardar sua vida e a vida de seus familiares”.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 39,96/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.