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As lições do empresário que criou companhia de 400 milhões com geradores

Wilson Poit lançou nesta semana uma biografia na qual conta história de superação de obstáculos e sucesso na carreira

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 jun 2019, 14h51 - Publicado em 4 jun 2019, 14h29

Quando era criança, Wilson Poit andava descalço por 8 quilômetros para ir e voltar da escola. Anos depois, ele criou uma empresa especializada em aluguel de geradores que acabou sendo vendida por 400 milhões de reais à líder mundial do setor.

Em uma biografia lançada nesta semana, intitulada “O não você já tem, então vá à luta”, o empresário conta um pouco de sua história de sucesso. Abaixo, VEJA SÃO PAULO reproduz trechos de um dos capítulos da obra, sobre como criar uma empresa:

“Seria maravilhoso dizer que tive uma largada estupenda, mas o fato é que, durante muitos meses, nem saí do lugar. Além de ser enrolado pelo fabricante, ainda planejei mal. O caminhãozinho chegou em janeiro de 1997, mas o gerador só seria entregue tempos depois, algo entre agosto e outubro (…). Quando o gerador finalmente deu o ar da graça, descobri que eu tinha comido bola (…). Do jeito mais amador possível, liguei para todo mundo que eu conhecia e, de novo, nada. Era claro que eu estava errando em alguma coisa: timing, abordagem, falta de método, ausência de profissionalismo… ou tudo isso, talvez. Revisei o plano de voo. Alugar gerador fazia o maior sentido para mim. O Brasil entrara de vez no roteiro internacional de shows. Casas de espetáculos faziam muito sucesso (…). Com o tempo, aprenderia o óbvio, que contas e planos baseados num mundo ideal não sobrevivem na realidade. Taxa de ocupação de 100% é raridade, que só ocorre em situações muito específicas.

Mas voltando: depois de mandar os fax para casas noturnas e promotores de eventos, quase dois meses se passaram sem sequer uma ligação, o caminhão e o gerador parados, só tomando poeira (…). Até que, lá pelo final de fevereiro ou março de 1998, o telefone tocou na Poit Engenharia. Do outro lado da linha, estava um funcionário da fábrica de embalagens Dixie Toga, depois comprada pela americana Bemis, querendo alugar um gerador. Indústria? Isso não estava no plano de voo original, mas tudo bem, é impossível prever tudo e eu não seria louco de decepcionar o primeiro cliente que aparecia (…). O resultado é que o primeiro cliente passou um mês inteiro com o gerador (…). Imaginei que ia locar o equipamento só em fins de semanas para eventos, faturando cerca de 3 mil reais por locação, e agora estava recebendo, numa tacada só, muito mais de um único cliente. Embora tenha errado no santo, acertei no milagre (…).

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Seja por recomendação ou pelos fax enviados, os clientes começaram a bater na minha porta (…). Decidi comprar mais um caminhão e mais um gerador, novamente parcelando ao máximo e estendendo o pagamento ao infinito. Com meu poder de fogo duplicado, até o final de 1998 eu faria festas, aniversários, casamentos, rodeios no interior, gravação de capítulos de novela e um show no parque Ibirapuera (…). Durante quase um ano e meio, o negócio funcionou sem uma identidade própria. As notas fiscais eram emitidas em nome da Poit Engenharia. Decidi então que tinha chegado a hora de formalizar a empresa. Assim, em julho de 1999, nasceu no papel a Poit Energia, no mesmo endereço da Poit Engenharia, mas com razão social diferente. Eu ainda passaria mais quase um ano me dividindo entre o escritório de engenharia e a locação de geradores, cada vez mais envolvendo os funcionários no cotidiano do novo negócio (…). Faríamos, por exemplo, show do U2 na praia de Copacabana e corrida de Fórmula 1 em Interlagos (…).

Ainda em outubro de 1998, data em que eu faria quarenta anos, a Rede Globo me deu de presente um trabalho importante. Foi meu gerador que abasteceu as filmagens da minissérie O auto da Compadecida, baseada na obra do escritor Ariano Suassuna (…). Com o tempo, a Poit Energia também garantiria as exibições de vários especiais de fim de ano com Roberto Carlos e muitas apresentações do Criança Esperança, além de treze edições do Big Brother Brasil (…). A cada dia ficava mais claro que alugar geradores era um negócio mais promissor do que um escritório de engenharia. Na prática, já fazia um ano que eu me dedicava muito mais aos geradores do que a projetos de instalações elétricas (…). Em 2000, passei a me dedicar exclusivamente à Poit Energia — embora já existisse no papel desde julho de 1999, passei a considerar essa data como a oficial de criação da empresa, o momento em que toda a minha atenção se voltou para um único alvo. No processo de migração do escritório de instalações elétricas para a empresa de locação de energia, que levaria uns dois anos de ponta a ponta, vários engenheiros e eletricistas foram saindo. De cem empregados, fiquei com cerca de setenta. Na hora em que o aluguel de geradores passou a ser meu único negócio, pouquíssimos pediram demissão.”

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