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As 5 perguntas de Vejinha respondidas pelos candidatos a prefeito

Boulos, Datena, Marçal, Nunes e Tabata falam sobre poluição do ar, segurança e transporte, entre outros

Por Texto: Sérgio Quintella / Ilustrações: Caco Galhardo
Atualizado em 4 out 2024, 14h16 - Publicado em 4 out 2024, 06h00
Arte de Caco Galhardo
 (Caco Galhardo/Veja SP)
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Com 12 milhões de habitantes, fora os moradores da Região Metropolitana (são mais 21 milhões) que vêm à capital diariamente e usam seus serviços, São Paulo possui recordes implacáveis: de trânsito, de poluição (setembro registrou picos de ar sujo em ranking mundial), de moradores em situação de rua.

As necessidades também pululam: há filas e mais filas para exames e habitação popular, mas também há reivindicações por mais empregos, melhor ordenamento urbanístico, uma escola com mais qualidade para crianças e adolescentes.

Arte de Caco Galhardo
(Caco Galhardo/Veja SP)

Muitos desses assuntos, se não passaram batido durante os debates entre os candidatos, certamente perderam espaço nos noticiários subsequentes devido a episódios deploráveis de violência, como a cadeira atirada duas vezes por José Luiz Datena contra Pablo Marçal, no encontro da TV Cultura, em 15 de setembro, para ficar apenas no caso que se tornou símbolo do primeiro turno.

Diante da falta de propostas debatidas que não chegaram aos eleitores paulistanos, Vejinha produziu cinco questões de temas diversos, que foram respondidas pelos cinco principais postulantes ao comando da maior cidade da América Latina.

Confira a seguir, seguindo a ordem alfabética, as respostas de Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).

Guilherme Boulos

Professor, psicanalista e deputado federal, nasceu em São Paulo e tem 42 anos.

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Guilherme Boulos

Poluição: Em setembro, São Paulo bateu recordes de poluição em meio a grande estiagem. Quais suas propostas para melhorar o ar da cidade?

Vamos substituir metade dos ônibus por veículos elétricos ou híbridos, o que terá impacto significativo na qualidade do ar, já que automóveis são os maiores responsáveis pelas emissões de gases poluentes. E vamos ampliar a cobertura verde, com a implementação de corredores verdes inspirados em Medellín, na Colômbia.

Pessoas em situação de rua: A capital possui 80 000 moradores em situação de rua. Se eleito(a), o que fará de forma efetiva para tirar as pessoas das calçadas e colocá-las em locais dignos?

Nós teremos uma política de acolhimento humanizado e vamos ampliar os Consultórios de Rua e as Unidades Odontológicas Móveis, que são o primeiro contato de ressocialização dessas pessoas. Haverá vagas para todos nos programas de atendimento especializado e implementaremos um programa de emprego voltado a essa população.

Segurança: Embora a atribuição da segurança pública seja do governo estadual, como sua administração vai colaborar para reduzir os mais diversos crimes, como roubo e furto de celular, entre outros?

Vamos dobrar o efetivo da GCM para fortalecer a segurança nos bairros e criar uma inspetoria especial para os bairros da Luz, Campos Elíseos e Santa Efigênia, com foco em segurança e bemestar, que atuará em conjunto com as forças de segurança estaduais no combate ao tráfico de drogas e aos ferros-velhos irregulares.

Trânsito e transporte: A metrópole voltou a registrar aumento no número de congestionamento e já tem índices maiores que antes da pandemia. Quais os seus planos para o transporte público de massa?

Vamos expandir corredores, BRTs e faixas exclusivas para ônibus. Nossa prioridade serão os corredores Aricanduva, Radial Leste, Miguel Yunes, M’Boi Mirim, Celso Garcia, Itaim-São Mateus, Norte-Sul e Perimetral Bandeirantes, além de outros que já estão previstos no Plano Diretor e no Plano de Mobilidade da cidade.

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Zeladoria: A limpeza urbana está entre as principais reclamações dos paulistanos. Como a sua gestão vai tornar São Paulo mais limpa?

Nossa proposta é agregar tecnologia e inovação aos serviços de zeladoria, dando mais eficiência aos processos e diminuindo custos. Teremos uma política permanente e preventiva de limpeza de córregos e piscinões, além de uma ação permanente e descentralizada de tapa-buraco e recapeamento

José Luiz Datena

Jornalista e apresentador de TV, nasceu em Ribeirão Preto-SP e tem 67 anos.

José Luiz Datena

Poluição: Em setembro, São Paulo bateu recordes de poluição em meio a grande estiagem. Quais suas propostas para melhorar o ar da cidade?

Ampliarei a cobertura vegetal com novos parques e áreas verdes. Vamos incorporar pelo menos mais 2 600 ônibus elétricos à frota municipal; implantar uma rede de VLT (veículo leve sobre trilhos), com 27 estações, no Centro; e estimular o uso de bicicletas com mais de 300 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas.

Pessoas em situação de rua: A capital possui 80 000 moradores em situação de rua. Se eleito(a), o que fará de forma efetiva para tirar as pessoas das calçadas e colocá-las em locais dignos?

Para solucionar essa situação vergonhosa, vamos gerar mais empregos e atacar o déficit habitacional, estimado em 400 000 moradias. Nossa proposta é o programa Territórios do Emprego, que vai dar incentivos fiscais para construção de unidades habitacionais na periferia contratando trabalhadores locais

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Segurança: Embora a atribuição da segurança pública seja do governo estadual, como sua administração vai colaborar para reduzir os mais diversos crimes, como roubo e furto de celular, entre outros?

Vou trabalhar em conjunto com as polícias Federal, Civil, Militar, com o MP e a Justiça. A GCM será mais bem equipada e treinada e terá as Tropas de Resposta Rápida. Cada subprefeitura terá um mini-Copom e, em parceria com o governador Tarcísio, vamos tentar implantar uma Delegacia de Defesa da Mulher em cada subprefeitura.

Trânsito e transporte: A metrópole voltou a registrar aumento no número de congestionamento e já tem índices maiores que antes da pandemia. Quais os seus planos para o transporte público de massa?

São Paulo vai ter tarifa zero de verdade, em todos os dias da semana, para os inscritos no Bolsa Família. Vamos fazer os 40 quilômetros de corredores de ônibus que o Bruno Covas prometeu e o atual prefeito não fez, além de aumentar o número de ônibus elétricos em circulação no transporte público.

Zeladoria: A limpeza urbana está entre as principais reclamações dos paulistanos. Como a sua gestão vai tornar São Paulo mais limpa?

A política de resíduos sólidos buscará ampliar o volume reciclado, hoje ínfimo, seja por meio de maior atuação das concessionárias responsáveis pelo serviço de coleta, seja por maior apoio a associações e cooperativas de catadores e, ainda, por meio de campanhas para ampliar a adesão da população à reciclagem.

Pablo Marçal

Empresário e influenciador digital, nasceu em Goiânia-GO e tem 37 anos.

Pablo Marçal

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Poluição: Em setembro, São Paulo bateu recordes de poluição em meio a grande estiagem. Quais suas propostas para melhorar o ar da cidade?

O nosso plano de governo prevê o incentivo ao uso de energias renováveis, como painéis solares, para diminuir a dependência de fontes poluentes. Além disso, a modernização da frota de ônibus, com prioridade para veículos elétricos e híbridos, contribuirá para a redução das emissões de gases poluentes.

Pessoas em situação de rua: A capital possui 80 000 moradores em situação de rua. Se eleito(a), o que fará de forma efetiva para tirar as pessoas das calçadas e colocá-las em locais dignos?

O problema exige uma abordagem humanizada e integrada. Vou criar a Jornada da Prosperidade, que inclui acolhimento, capacitação profissional e geração de renda para auxiliar na reintegração social. Criaremos o projeto Anjos da Guarda, em que cada voluntário adotará um morador de rua e acompanhará o seu processo de ponta a ponta.

Segurança: Embora a atribuição da segurança pública seja do governo estadual, como sua administração vai colaborar para reduzir os mais diversos crimes, como roubo e furto de celular, entre outros?

A segurança pública é uma responsabilidade compartilhada. O nosso plano de governo prevê o investimento em tecnologia, como câmeras de monitoramento e inteligência artificial, para auxiliar as polícias no combate ao crime. Além disso, o plano propõe a triplicação do efetivo da Guarda Civil Metropolitana.

Trânsito e transporte: A metrópole voltou a registrar aumento no número de congestionamento e já tem índices maiores que antes da pandemia. Quais os seus planos para o transporte público de massa?

Criaremos um sistema integrado de transporte, conectando diferentes modais, como ônibus, metrô e bicicletas. Além disso, faremos investimentos em transporte por teleférico, principalmente nas periferias, e a revisão do sistema de multas, com foco na prevenção de acidentes e não na arrecadação.

Zeladoria: A limpeza urbana está entre as principais reclamações dos paulistanos. Como a sua gestão vai tornar São Paulo mais limpa?

Vamos expandir a coleta seletiva, a descentralização da gestão de resíduos e a transformação do lixo em riqueza, por meio da reciclagem e geração de energia. Investiremos em um sistema de monitoramento da limpeza urbana, com a participação da população, para garantir a eficiência dos serviços e a rápida resolução de problemas

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Ricardo Nunes

Empresário e atual prefeito, nasceu em São Paulo e tem 57 anos.

Ricardo Nunes

Poluição: Em setembro, São Paulo bateu recordes de poluição em meio a grande estiagem. Quais suas propostas para melhorar o ar da cidade?

Criamos a Secretaria de Mudanças Climáticas. Com as desapropriações em andamento, vamos chegar a 26% de área protegida. Serão mais sete parques e 200 jardins de chuva. Estamos eletrificando os ônibus para chegar a 50% da frota com emissão zero de carbono.

Pessoas em situação de rua: A capital possui 80 000 moradores em situação de rua. Se eleito(a), o que fará de forma efetiva para tirar as pessoas das calçadas e colocá-las em locais dignos?

O Censo PopRua realizado em 2021 aponta 31 000 pessoas nessa situação. Políticas sociais serão mantidas, com aumento de vagas de acolhimento, Vilas Reencontro para abrigar famílias inteiras, mais quarenta Cozinhas Escolas e dez novos armazéns solidários. Estamos acelerando a construção de 72 000 moradias.

Segurança: Embora a atribuição da segurança pública seja do governo estadual, como sua administração vai colaborar para reduzir os mais diversos crimes, como roubo e furto de celular, entre outros?

O policiamento ostensivo será reforçado com mais 2 000 guardas civis junto dos 7 500 existentes e a ampliação da operação delegada, que já garante 2 400 PMs a mais nas ruas. Vamos chegar a cinquenta bases comunitárias da GCM na periferia e dobrar o total de câmeras integradas de vigilância, hoje em 20 000.

Trânsito e transporte: A metrópole voltou a registrar aumento no número de congestionamento e já tem índices maiores que antes da pandemia. Quais os seus planos para o transporte público de massa?

Os BRTs Radial Leste e Aricanduva serão entregues, assim como novos corredores de ônibus, terminais e o Aquático SP, na Represa Guarapiranga. A Marginal Pinheiros e a Avenida Jornalista Roberto Marinho serão duplicadas e prolongadas. O governo estadual será parceiro na Nova Raposo Tavares e no transporte sobre trilhos.

Zeladoria: A limpeza urbana está entre as principais reclamações dos paulistanos. Como a sua gestão vai tornar São Paulo mais limpa?

Serão reforçadas a zeladoria inteligente integrada ao Smart Sampa (que reunirá 40 000 câmeras de monitoramento) e as PPPs da iluminação pública e do cuidado com praças. Será incorporada a monitoria da qualidade — e ampliado o asfaltamento para regiões mais periféricas, com programa de calçamento.

Tabata Amaral

Cientista política e deputada federal, nasceu em São Paulo e tem 30 anos.

Tábata Amaral

Poluição: Em setembro, São Paulo bateu recordes de poluição em meio a grande estiagem. Quais suas propostas para melhorar o ar da cidade?

Para mitigar os efeitos da qualidade do ar ruim, mapeamos ações concretas como eletrificação da frota de ônibus e uso de energia limpa em prédios públicos. No curto prazo, haverá reforço no atendimento à saúde com protocolos e orientações claras à população — por exemplo, sobre abertura de janelas em casa.

Pessoas em situação de rua: A capital possui 80 000 moradores em situação de rua. Se eleito(a), o que fará de forma efetiva para tirar as pessoas das calçadas e colocá-las em locais dignos?

Vamos criar o Caminhos para a Dignidade, programa de atendimento individualizado e integral às pessoas em situação de rua, articulando políticas de saúde, assistência social, educação, emprego e habitação. De maneira emergencial, teremos filômetro em tempo real das vagas nos centros de acolhida e indicadores de qualidade dos abrigos

Segurança: Embora a atribuição da segurança pública seja do governo estadual, como sua administração vai colaborar para reduzir os mais diversos crimes, como roubo e furto de celular, entre outros?

O Programa Celular Protegido será uma parceria com a Polícia Civil e operadoras para recuperar celulares roubados. Vou criar uma sala de comando em cada subprefeitura e reunir periodicamente as forças de segurança para definir metas e estratégias, além de reforçar a Patrulha Maria da Penha da GCM.

Trânsito e transporte: A metrópole voltou a registrar aumento no número de congestionamento e já tem índices maiores que antes da pandemia. Quais os seus planos para o transporte público de massa?

Vou concluir obras que a gestão Nunes não entregou — como os 40 quilômetros de corredores de ônibus. Também farei a gestão inteligente do trânsito, com dados e tecnologia para mapear vias e redesenhar as linhas de ônibus. Se for mais rápido andar de transporte público do que de carro, o paulistano mudará de alternativa.

Zeladoria: A limpeza urbana está entre as principais reclamações dos paulistanos. Como a sua gestão vai tornar São Paulo mais limpa?

Vou melhorar a fiscalização e fortalecer o trabalho do SP Regula como órgão responsável pelo monitoramento dos contratos de infraestrutura e serviços. Vou acabar com a lógica político-eleitoral e nomear subprefeitos(as) tecnicamente competentes e comprometidos com demandas, deixando os moradores mais próximos das decisões.

Publicado em VEJA São Paulo de 4 de outubro de 2024, edição nº 2913.

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