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App de compra e venda de bikes dobra faturamento na pandemia

‘Boom’ é reflexo do fechamento das academias, aposta Gabriel Novais, cocriador da Semexe; empresa também certifica bicicletas e oferece consultoria

Por Humberto Abdo
Atualizado em 19 mar 2021, 16h48 - Publicado em 19 mar 2021, 06h00

Criadores da Semexe, o “Mercado Livre das bikes”, os paulistanos Gabriel Novais e Rafael Papa viram seus lucros e o número de usuários se multiplicar em plena pandemia. Além de eles contarem com parcerias com marcas especializadas e patrocinadores como iFood e Ironman, o sucesso recente das bicicletas deu uma nova guinada nos negócios. “Logo de cara dobramos o faturamento mensal e tivemos uma explosão de visitas ao site”, conta Novais.

Após os 400 000 reais conquistados em abril de 2020 (o dobro do valor em comparação com março), hoje eles já ultrapassam 1 milhão de reais de faturamento por mês, soma conquistada pela primeira vez em fevereiro deste ano. “É claramente uma mudança de hábito: as academias fecharam e as pessoas começaram a pedalar”, conta o amigo de Rafael.

A proposta da plataforma, explica Novais, é intermediar a compra e venda de bicicletas e acessórios, além de fornecer a certificação de procedência das magrelas. “Assim ficamos com uma comissão de 15% sobre a venda e ainda oferecemos um serviço de consultoria on-line.” São doze especialistas disponíveis no site para orientar os compradores sobre o produto ideal para cada interesse — caso a compra seja finalizada, o consultor recebe uma comissão pela venda.

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Entre os experts contratados estão amigos e conhecidos que perderam o emprego nos últimos meses. “Temos atleta que parou de ter corridas para competir, aquele que decidiu largar o aplicativo de corrida, profissional que precisou fechar o estúdio…”, enumera. “Antes, eu era referência natural para as pessoas quando me pediam dicas sobre as bikes, mas hoje posso dizer que os nossos funcionários têm um conhecimento técnico bem maior que o meu e o do Rafael.”

consultores sentados em uma sala olhando seus computadores
Consultores on-line guiam os clientes pela escolha da bicicleta ideal (Sophia Linhares/Divulgação)

Com a mesma aparência de uma documentação de veículo, o modelo de certificação é feito pela Semexe com a empresa Mosaico Marcações. “Seguimos uma metodologia para registrar quando foi feita a compra, qual foi o preço e quais eram os itens de série, por exemplo. Se temos dúvida sobre o estado da bike, contratamos um mecânico para ir até a casa do dono.” Segundo Novais, essa é uma maneira de dar mais segurança na hora da compra ao listar a origem e o histórico da bike e as informações do último dono. A emissão tem taxa de 99,90 reais mais os custos para o envio. Junto com o documento digital, também é criado um registro impresso, o arquivo definitivo da bicicleta, que pode ser transferido pelo proprietário sempre que a bike for vendida.

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documentos
Documento reúne histórico da bike e informações do último dono (Sophia Linhares/Divulgação)

O aumento de cadastros das bike shops na plataforma foi outro efeito causado pela pandemia. “As lojas eram totalmente off-line e quiseram virar digitais”, observa. “Hoje temos 200 delas hospedadas no site, como se fôssemos uma Webmotors para bikes, e estamos planejando um processo de expansão. Existem mais de 5 000 lojas desse tipo no Brasil.”

Entre os novos clientes, a busca maior se concentrou em dois modelos: as bikes “de entrada”, para iniciantes, e as mountain bikes. “O público é novo e variado, tem gente que aposentou a bike na infância, não tinha tempo para pedalar ou simplesmente substituiu a academia pela bicicleta.” Os valores, nesse caso, variam de 1 500 a 4 000 reais. A demanda pelas bicicletas elétricas esportivas, bem mais caras, também cresceu. As mais básicas chegam a custar o valor de um carro popular, 25 000, e podem alcançar 100 000 reais. “Vendemos também seguro para elas, e é cada vez mais comum ter esse serviço incluso no valor final.”

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Amigos de infância desde os 5 anos, em 2019 Novais e Papa aliaram a paixão por esportes para criar a plataforma. “Começamos na sala da minha casa, depois migramos para uma garagem da Vila Madalena, bem no estilo Vale do Silício, e hoje temos nosso escritório de verdade.” Dos esforços e perrengues vividos com o sócio, Novais destaca um episódio. “Foi um fim de semana histórico: primeiro tivemos uma reunião com um fundo de investimentos que nos negou apoio; depois o Rafael quebrou o dedo em uma competição (e eu quebrei minha bike); no domingo, para finalizar, o escritório alagou e passamos o dia tirando toda a água”, relembra, aos risos.

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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de março de 2021, edição nº 2730

 

 

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