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Após ficar 191 dias internado com Covid, idoso deve R$ 2,6 mi a hospital

Carlos Massatoshi Higa passou 100 dias intubado e não tinha plano de saúde quando foi levado ao Hospital São Camilo; família não sabe como pagará dívida

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h27 - Publicado em 6 out 2021, 15h53
Carlos Massatoshi Higa posando com a equipe do hospital após receber alta. ele está na cadeira de rodas e segura um papel escrito "venci a covid-19"
O idoso Carlos Massatoshi Higa, de 72 anos, ficou internado no Hospital São Camilo, na Zona Norte da capital, durante 191 dias após infecção por Covid, dos quais 100 passou intubado; após a alta, hospital está cobrando R$2,6 milhões pelo tratamento e família diz que não tem como arcar com dívida (Reprodução/Arquivo Pessoal/Veja SP)
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Após ficar 191 dias internado, sendo 100 deles intubado por causa da Covid-19 e de outras complicações derivadas da doença, um idoso recebeu alta nesta segunda-feira (4). Agora ele e sua família têm dívida de R$ 2,6 milhões com o Hospital São Camilo, na Zona Norte da capital, onde Carlos Massatoshi Higa, de 72 anos, estava sob cuidados. As informações são do portal G1.

A filha dele, a professora da rede municipal e doutora em microbiologia Juliana Suyama Higa, conta que a família diz que não sabe o que fazer para pagar a conta. O alívio com a alta tem dividido espaço com o desespero da dívida.

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Seu Carlos, como é chamado, passou mal quando trabalhava em sua banca de jornal na Nova Cachoeirinha, na Zona Norte, e foi socorrido por pessoas da região. Ele acabou sendo diagnosticado com Covid-19, sendo que dias antes ele havia tomado a primeira dose da vacina CoronaVac.

Segundo Juliana, isso aconteceu em uma época em que não havia vagas nos hospitais públicos da capital, por isso, apesar de o idoso não ter plano de saúde, levaram-no direto ao Hospital São Camilo, privado.

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“Meu pai foi internado no dia 27 de março. Foi bem naquela época em que teve um boom de internações por causa da variante de Manaus e faltou vaga em hospital público. Faltava até medicamento para intubação. No desespero, fomos direto para o particular, mas eu sabia que não tinha vaga no Hospital Geral Vila Penteado”, afirma.

A família, de classe média, possuía economias, mas, a partir da internação de seu Carlos, o quadro foi se complicando e a dívida com o hospital foi virando uma bola de neve. Foram mais de 100 dias com ventilação mecânica e traqueostomia e o idoso contraiu diversas infecções hospitalares. Segundo a filha, ele também teve de fazer hemodiálise constante com um equipamento chamado prisma, cujo aluguel é “caríssimo”.

“Ele ficou quatro meses na UTI e, quando voltou para o quarto, teve duas convulsões e um AVC e teve de voltar para a UTI. Saiu de novo dias depois, teve outra complicação e teve de voltar e aí foi outra semana na UTI”, relembra Juliana.

A filha conta que as economias da família já foram usadas e mesmo assim ainda há essa dívida milionária com o hospital, além do fato de seu Carlos necessitar de tratamento especial para sequelas do pós-Covid – ele tem limitações na fala e nos movimentos.

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Para tentar arrecadar o dinheiro para pagar a dívida, Juliana organizou uma vaquinha online, que já rendeu cerca de R$ 100 mil. O Hospital São Camilo disse, em nota, que internações de longa permanência podem implicar em valores notoriamente altos, mas que a família era atualizada constantemente:

“A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo oferta serviços particulares de forma transparente e com custos compatíveis com o mercado. O acometimento por Covid-19, no entanto, pode implicar em internações de longa permanência, com valores notoriamente altos. No caso em questão, as informações eram atualizadas constantemente à família. A instituição reforça sua missão de cuidar e valorizar a vida, priorizando a excelência dos serviços prestados, e segue à disposição para quaisquer esclarecimentos”, afirma o documento.

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