Após catorze anos de tentativas, compositor emplaca samba na Rosas de Ouro

O engenheiro Vinícius Carvalho investiu mais de 40 000 reais desde 2005 para realizar o sonho de ver sua escola do coração entoar sua música

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 1 fev 2019, 17h27 - Publicado em 31 jan 2019, 18h05
Carvalho (de branco): persistência e fé (Rodrigo Godoi/ SASP CARNAVAL/Veja SP)
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Morador da Freguesia do Ó, o engenheiro Vinícius Carvalho, de 35 anos, brincava de compor marchinhas durante a adolescência. Em 2005, juntou uns amigos e decidiu tentar emplacar um samba-enredo na escola do coração, a Rosas de Ouro. Não deu certo, mas ele seguiu tentando, tentando e tentando… Foram nada menos do que quatorze anos de persistência e um investimento acumulado de mais de 40 000 reais até conseguir emplacar um samba-enredo. No fim do ano passado, sua letra Viva Hayatan, em homenagem à Armênia, foi eleita a melhor e será ouvida pela comunidade no desfile no Anhembi.

O refrão espelha um pouco a resiliência de Carvalho. “A fé que ilumina meu caminhar/ Faz o povo acreditar/ Mudou a história, foi preciso seguir/ Vencer batalhas, não desistir”. Ele nunca fez aulas de poesia ou música, mas vai às quadras com um terço na mão e uma imagem de São Jorge no bolso.

O compositor diz que valeu a pena. “Você não tem ideia do que é ouvir o povo cantando uma composição sua”, diz, emocionado. “Choro sempre, o pessoal me chama de chorão”, brinca.

Nessa batalha nas quadras, é mesmo caro emplacar um samba. “Sem um bom cantor e instrumentistas, dificilmente uma letra ganha e, além disso, há custos como ônibus e ingresso para a torcida organizada”, diz Carvalho.

Os custos normalmente são divididos entre o time de compositores, em média, sete. Mas neste ano, Carvalho decidiu apostar alto. Ele bancou sozinho 15 000 reais, metade do investimento para a letra em homenagem à Armênia. Tudo bem, em anos anteriores (2010, 2012, 2015 e 2016), Carvalho também tinha a sensação do “já ganhou”, mas acabou decepcionado. “Mas neste ano, senti algo diferente, quando terminamos de compor, eu pensei: ‘agora, vai'”, lembra.

Além de ter os integrantes da escola entoando o samba, o compositor tem outro “faz-me rir”: os autores do samba vencedor levam uma bolada de aproximadamente 65 000 reais. No caso do time de Carvalho, será aproximadamente 9 200 reais para cada um, bem aquém de seu investimento. “Mas tudo bem, paixão não tem custo”, diz o compositor, que promete tentar emplacar outro samba em 2020.

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