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A novela sobre o tombamento da Vila Madalena

No mais recente capítulo, grupo tenta criar um plano diretor para definir o futuro da região

Por Pedro Henrique Araújo
Atualizado em 1 jun 2017, 18h19 - Publicado em 16 fev 2012, 23h50
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  • Uma reunião no escritório do arquiteto Isay Weinfeld, na Rua Wisard, em 31 de janeiro, colocou na mesma sala cerca de cinquenta pessoas para discutir o futuro da Vila Madalena. Estavam presentes moradores, empresários e especialistas em urbanismo. No encontro, decidiram criar um plano diretor local para tentar estabelecer as bases e as regras de crescimento da região nos próximos anos. Esse documento vai tratar de questões importantes, como trânsito, transporte público, tamanho das calçadas e o processo de verticalização do bairro. O diagnóstico deve ser finalizado nos próximos meses e, em seguida, entregue à prefeitura, na forma de um pacote de sugestões para melhorias futuras na área.

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    A iniciativa representa o mais recente capítulo da novela sobre a polêmica do tombamento da Vila Madalena. No início do ano, um movimento favorável a essa ideia lançou um abaixo-assinado que já reúne 1.300 simpatizantes da causa. “O bairro não pode virar um canteiro de obras”, diz o guitarrista Edgard Scandurra, que vive há dez anos por ali. Ativistas como ele querem preservar as características de trechos do quadrilátero formado pelas ruas Aspicuelta, Wisard, Harmonia e Fidalga. No entorno, bares e restaurantes badalados se misturam a ateliês de arte, lojas de moda, pequenos pontos comerciais e casas antigas. A faísca que pôs fogo no debate foram os quatro imóveis na Aspicuelta, de propriedade do arquiteto Luigi Fiocca, que seriam transformados num shopping. Ao perceber a ira dos vizinhos, ele recuou da ideia. “De fato, pensei em levantar um centro de compras”, confirma Fiocca. “Mas agora acho que vou transformar a área numa galeria com escritórios de arte e publicidade.”

    Entre os principais alvos de críticas estão as construtoras. “Elas vêm erguendo prédios grandes e acabando com o charme do bairro, que sempre teve ares de cidade do interior”, lamenta o arquiteto Carlos Motta, um dos líderes do grupo pró-tombamento. Somente a companhia Zarvos possui três projetos de edifícios em andamento no local. A crescente procura pela Vila Madalena dobrou nos últimos seis anos o preço do seu metro quadrado, avaliado hoje em 9.500 reais. “Levantar a bandeira do tombamento é fácil, difícil é arcar com suas consequências”, diz o empreiteiro Otávio Zarvos. “A Avenida Pacaembu, que passou por isso, sofreu desvalorização e hoje só tem lojas de colchão.”

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    Partiu dele a iniciativa de convocar a reunião no fim de janeiro para tentar apaziguar os ânimos. Embora tenham participado do encontro, os integrantes do núcleo pró-tombamento não parecem muito otimistas com o tal plano diretor. Tanto é que já articulam com vereadores a formalização do processo para congelar parte do bairro. Eles dizem representar os interesses de moradores como a aposentada Rosa Aparecida Land, de 66 anos. Desde a década de 50, ela vive numa casa térrea na Rua Fidalga. “Gosto muito daqui, sempre foi um local acolhedor, onde as pessoas se conhecem e se ajudam”, conta. No ano passado, uma empreiteira ofereceu 1,5 milhão de reais pela residência. Rosa Aparecida recusou a proposta. “Por cinco vezes mais eu toparia pensar no assunto, mas só pensar”, completa. 

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    O CANTINHO DA POLÊMICA

    Moradores e comerciantes querem preservar trechos do quadrilátero formado pelas ruas Aspicuelta, Fidalga, Wisard e Harmonia

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    Arte Vila Madalena 2257
    Arte Vila Madalena 2257 ()
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