A história de Baboo, tigre branco que está com 36 focos de câncer
Mesmo velho e doente, o animal ainda arranca suspiros dos visitantes do Zoológico de São Paulo, onde passou por cirurgias
Baboo, um tigre-de-bengala branco que mora no Zoológico de São Paulo, na Zona Sul, está com 36 focos de câncer. Ele tem 16 anos — a expectativa de vida na natureza é de 17. Chegou ao Brasil ainda filhote, junto com a irmã Tainá, vindos de um zoológico particular da França.
Nos últimos meses, passou por cirurgias paliativas para o controle dos sintomas da doença. Além de Baboo, o zoo da capital tem apenas mais um representante da espécie: Titan, de 18 anos. ele veio da argentina e o plano era cruzá-lo com Tainá.
+ Cidade Matarazzo começa série de inaugurações com hotel seis-estrelas
No primeiro contato, o casal brigou: a tigresa tentou brincar com Titan como fazia com o irmão, mas o companheiro estranhou as investidas. Nunca mais se deram e não tiveram bebês. Tainá morreu em 2019. “A reprodução em zoológicos reduziu o risco de extinção dos tigres-de-bengala”, afirma Mara Marques, bióloga da instituição.
Em dezembro, o Zoológico de São Paulo passou a ser administrado de forma privada. Antes mantido pelo estado, a atração deixa a desejar em estrutura e serviços. O consórcio Reserva Paulista, formado por empresas de eventos e construtoras, promete investimentos de 300 milhões de reais, a maior parte para melhorar os biomas onde vivem os animais.
“A ideia é aumentar os espaços e trazer mais espécimes, inclusive outros tigres-de-bengala”, diz Heraldo Evans, sócio do consórcio. Apesar de combalido, Baboo faz caminhadas frequentes pelos 780 metros quadrados de seu hábitat (acima).
Longe do auge da juventude, o felino ainda arranca suspiros dos visitantes. “é o animal mais bonito que vimos no passeio”, exclamava uma turma de meninas de uma escola pública no cercado do bichano, há alguns dias.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 22 de dezembro de 2021, edição nº 2769