Cássia Eller: tema de musical que estreia em maio no Rio (Foto: Antônio Milena)

Hoje seria aniversário dela. Fera, bicho, anjo e mulher, com o perdão do clichê, Cássia Eller (1962-2001) completaria 51 anos se não tivesse desaparecido naquele 29 de dezembro. Mas a cantora vai voltar no teatro. Depois de Tim Maia e Cazuza, o diretor João Fonseca investe em Cássia Eller – O Musical, que deve estrear em 29 de maio no Rio de Janeiro e chega a São Paulo em 3 de outubro.  As audições para escolher a protagonista serão realizadas na segunda quinzena de fevereiro. Se você é atriz, fica ligada! Para lembrar um pouco de Cássia nesse dia 10 de dezembro, eu bati um papo com o João Fonseca. Fala, João!

Por que essa é a hora de Cássia Eller virar tema de musical?

Essa pergunta é sempre a mais difícil de responder (risos). Nunca se sabe direito a razão, não é? Mas Cássia nos fornece um incrível material musical e dramatúrgico. Tenho atração por esses artistas geniais que carregam uma inquietação, uma sensação de não se encaixar nesse mundo, e que viviam desenfreadamente tudo, transcendendo rótulos e quebrando barreiras.

Você chegou a conhecer Cássia pessoalmente?

Sim. Cássia foi ver a primeira peça que dirigi, O Casamento, adaptada do romance de Nelson Rodrigues, em 1997. Ela era amiga de uma das atrizes do elenco. Acabou gostando tanto que assistiu ao espetáculo outras sete vezes e imitava para mim algumas cenas da peça (risos). Eu já era seu fã e, a partir desse momento, eu fui a todos os shows que ela fez.

Que perfil deverá ter a atriz que vocês vão selecionar para interpretar Cássia? 

Não existe preferência por novata ou experiente. Tem que ser uma atriz que consiga traduzir o espírito misterioso dela. Cássia podia ser extremamente tímida e também um furacão, uma moleca e uma mulher. Além, claro, de cantar com a alma.

Qual a importância desse tipo de musical para manter em evidência a obra dos artistas e até fazê-los ser descobertos por novas gerações?

Com Tim Maia e Cazuza, eu pude ver pessoas que não conheciam esses artistas saindo do teatro e falando que iam comprar ou baixar tudo o que achassem para ouvir em casa. Também encontrei pessoas que já eram fãs redescobrindo e descobrindo novas facetas de seus ídolos. Acho que esse é a maior recompensa que posso ter.

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