Filho de Maysa, Jayme Monjardim conta por que tirou Matarazzo do sobrenome
Prestes a lançar minissérie, diretor de novelas da Globo planeja nova versão de Lampião e Maria Bonita e revela sua antiga profissão antes de ir para a TV
Antes de dirigir novelas como Pantanal (1990) e O Clone (2001), Jayme Monjardim, 65, começou a carreira bem longe do Projac… Como piloto de avião. Foi uma homenagem em vídeo feita após a morte da mãe, a cantora Maysa, que deu início à paixão pela televisão, onde boa parte de seus trabalhos quase sempre destaca grandes mulheres protagonistas.
A próxima será Aracy de Carvalho, brasileira responsável por salvar centenas de judeus durante o Holocausto, na nova minissérie Passaporte para a Liberdade — e com a “Lista de Schindler brasileira” pronta para estrear em dezembro, ele já escolheu sua próxima personagem.
“Agora quero refazer Lampião e Maria Bonita pelo olhar de Maria, outra mulher que me interessa muito”, revela à Vejinha após um passeio pela Cidade Matarazzo, o grande complexo construído na área de um hospital próximo à Paulista, criado pelo seu bisavô. “Passei a assinar meu nome sem o Matarazzo porque todo mundo dizia que eu era herdeiro da fortuna, mas naquela época já era massa falida. Tive muita dificuldade para começar a trabalhar por isso.”
O imenso projeto é do francês Alexandre Allard, mas o diretor tem dado alguns palpites e comprou os licenciamentos de todos os produtos das indústrias Matarazzo, que serão relançados em uma mercearia instalada por lá após a abertura, em 2022. “Meu bisavô e Allard têm muito em comum como sonhadores. Allard disse ‘ele me visita às vezes’ e eu respondo ‘que bom, tomara que vocês entrem num bom acordo’”, brinca.
Além de cinema, lojas e um hotel seis-estrelas, o espaço terá apartamentos residenciais e um deles, lá no alto, já pertence ao Jayme. “Minha casa principal é no Rio, mas também passo pelo Rio Grande do Sul, onde tenho uma estância, por São Paulo e agora pelo Maranhão… Descobri meu pantanal.”
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Com a mesma inspiração empreendedora da família, ele escolheu o estado do Nordeste para investir em gados “carbono zero”, com um sistema capaz de inibir a emissão de gases poluentes. “Mas de tudo o que me envolvi até hoje, minhas histórias ainda são o meu maior investimento.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de novembro de 2021, edição nº 2765