Músico faz doutorado sobre funk na USP: “Já fui xingado por professor”
Conhecido como Thiagson nas redes sociais, professor de música pesquisa as origens e preconceitos do ritmo musical no país
“Acham que sou louco ou picareta”, diverte-se Thiago de Souza, 31, professor de música clássica que dedica seu doutorado na USP a outro estilo musical: o funk. “Já recebi mensagens de um ex-professor me ofendendo por isso.” Nascido no sertão da Bahia, Thiago se mudou para São Paulo ainda criança e cresceu em uma comunidade em Santo André. Nas redes é mais conhecido como Thiagson e discute temas do universo musical, com destaque para seu objeto de estudo. “Quando tivemos cortes de verbas (na educação), usaram um dos meus vídeos para falar ‘é isso que esses idiotas fazem nas faculdades públicas’”, conta. Na universidade, também notou reações negativas dos colegas. “O funk mexe com as pessoas, que não o admitem como arte, mas ele tem valor educativo e traz esperança de sucesso econômico aos moradores das favelas.”
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de outubro de 2020, edição nº 2710.
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