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Civi-co admite erro e recontrata recepcionista gestante

"Não fomos sensíveis", admite Patrícia Villela Marino, fundadora do espaço social, sobre colaboradora que teve contrato finalizado na véspera de dar à luz

Por Ana Carolina Soares
5 dez 2018, 21h05
Patrícia Villela Marino e Ricardo Podval, do Civi-co (Antonio Milena/Veja SP)
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Em outubro, a recepcionista Raiane dos Santos, de 26 anos, foi desligada após vencer o contrato de seis meses como pessoa jurídica para trabalhar no Civi-co, espaço de trabalho compartilhado para empreendedores cívico-sociais em Pinheiros. Tudo normal, se não fosse um ponto: a colaboradora estava prestes à dar a luz e ficaria sem seus direitos trabalhistas ou recursos para cuidar do bebê, que nasceu em novembro.

O caso de Raiane veio à tona, ganhou as redes sociais nesta semana. Em consequência, gerou uma reflexão na equipe do espaço voltado para a melhoria social. Na quarta (5), os gestores, Ricardo Podval e Patrícia Villela Marino, entraram em contato com Raiane, ofereceram um contrato nos moldes da CLT e se comprometeram a pagar todo o período da licença-maternidade. A recepcionista ainda não deu resposta.

A seguir, Patrícia e Podval falam sobre o caso.

Por que Raiane foi dispensada às vésperas de dar à luz?

Podval: Ela havia assinado um contrato de seis meses. Ao longo do seu trabalho, avisou que estava grávida, mas não falou sobre suas necessidades ou que precisaria rever seu modelo de contrato. Os seis meses terminaram e como não houve nenhuma manifestação por parte dela, achei que estava tudo bem. Sempre tivemos um excelente relacionamento e ela se despediu de mim dizendo que o Civi-Co havia sido seu melhor local de trabalho, que havia gostado dos presentes para o Gael, seu bebê. Confesso que na correria do dia-a-dia, não passou pela minha cabeça a situação dela.

Patrícia: Foi um erro nosso não analisar a situação dessa colaboradora. Como qualquer ser humano, estamos sujeito a falhas. Reconhecemos que nossa conduta não foi a mais apropriada e sensível à situação, ainda que tenha sido cumprido o contrato acordado entre as partes. Temos humildade para admitir isso, corrigir o erro e, mais do que isso, gerar uma reflexão sobre o assunto. Hoje à tarde reunimos nossos oitenta colaboradores no auditório. Estamos abertos a ideias para melhorar a nossa convivência e o bem-estar de todos aqui da comunidade.

Por que pediram para que a recepcionista assinasse um contrato de pessoa jurídica?

Podval: Trata-se de uma relação trabalhista comum a uma startup. Depois desse episódio, vamos contratar pelo regime CLT os funcionários nas áreas administrativas, recepção e facilities. Atualmente, são três.

Como ficará a situação da ex-colaboradora?

Patrícia: Liguei para ela hoje à tarde. Ela estava muito assustada, com medo da repercussão, medo de não conseguir mais emprego por parecer uma pessoa encrenqueira. A iniciativa de espalhar a notícia não havia partido dela e foi muito cruel essa exposição. Senti que era uma funcionária leal, tem o sangue do Civi-co e, por isso, quero recontratá-la. Não por causa da repercussão do caso ou apenas para corrigir o erro, mas porque ela é uma pessoa de confiança. Raiane hoje cuida do bebê, Gael. Se ela aceitar nossa proposta, terá todos os direitos garantidos: licença-maternidade, contando com o mês de novembro. Definitivamente, não sairá no prejuízo. E vai receber o mesmo salário líquido que ganhava como pessoa jurídica, algo em torno de 2 000 reais. Não gostaria de personificar esse caso, até mesmo para não prejudicá-la, para resumir a fofoca. Esse episódio pode gerar uma reflexão a todos nós, não apenas no Civi-Co, mas na sociedade: mesmo quando tudo parece correto, devemos olhar o outro com mais sensibilidade.

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