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Por Arnaldo Cheixas
Terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Cheixas propõe usar a psicologia na abordagem de temas relevantes sobre a vida na metrópole.
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Memória: mitos e verdades

Tudo o que você precisa saber sobre o assunto

Por VEJASP
Atualizado em 22 Maio 2017, 15h22 - Publicado em 3 nov 2015, 16h59

Memória é a capacidade de adquirir, conservar e evocar (lembrar) informações. É uma das funções mais complexas do sistema nervoso e se expressa de forma extremamente sofisticada no cérebro humano. Embora nossa compreensão sobre a memória e sobre o funcionamento do cérebro como um todo tenha se ampliado significativamente nas últimas décadas, muitas lacunas ainda permanecem. Vejamos o que já se sabe.

A memória define o indivíduo, tanto pelo que é armazenado quanto pelo que é esquecido. A memória é o registro único que assegura a percepção de si próprio e da realidade.

O último problema

Tipos de memória 
A memória pode ser classificada quanto ao tipo de informação armazenada (conteúdo), quanto ao tempo de armazenamento da informação e quanto à função. Vejamos

De acordo com o conteúdo
• Memória declarativa. É aquilo que podemos declarar que sabemos. Podem ser fatos, eventos ou conhecimentos. As principais estruturas cerebrais envolvidas são o hipocampo e o córtex entorrinal (ambas no lobo temporal). Existem dois subtipos de memória declarativa. Episódica (ou autobiográfica): são eventos aos quais assistimos ou dos quais participamos (exemplos: nossa formatura, uma viagem com a família, a derrota do Brasil para a Alemanha por 7 X 1 etc). Semântica: são os conhecimentos que adquirimos ao longo da vida. Embora não possamos declarar completamente como adquirimos os conhecimentos, podemos declará-los eles próprios (exemplos: Matemática, idiomas, Medicina etc).
• Memória de procedimentos. São nossas capacidades ou habilidades motoras e sensoriais. Não podemos declarar essas memórias. A única forma de evocá-las é fazendo, emitindo aquele comportamento. São exemplos: andar de bicicleta, dirigir, jogar tênis, desenhar, jogar xadrez, tocar um instrumento etc. As principais estruturas cerebrais envolvidas são o núcleo caudado e o cerebelo.
Uma classificação mais recente define a memória declarativa como memória explícita e a memória de procedimentos como memória implícita. Embora faça bastante sentido, essa divisão não acolhe perfeitamente as formas de memória uma vez que alguns tipos de memória semântica, embora sejam declarativos, são adquiridos de maneira implícita.

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De acordo com o tempo de armazenamento
• Memória de curto prazo (ou de curta duração). Ela dura de uma a seis horas após o contato com a informação, independente do tipo de conteúdo. A memória de curto prazo é pouco sensível aos fatores ambientais que influenciam a memória de longo prazo.
• Memória de longo prazo (ou de longa duração). Seus mecanismos começam a atuar desde o momento em que o indivíduo está em contato com o novo conteúdo, assim como ocorre com a memória de curta duração, mas ela precisa de mais tempo (no mínimo 6h) para consolidar as informações novas. A memória de longo prazo é sensível a eventos intervenientes pós-evento, como traumas cranianos, emoções e mesmo a ocorrência de novidades no ambiente que desviem a atenção do sujeito. Isso vale tanto para o período de consolidação quanto para os momentos de evocação (lembrança) daquele conteúdo.

A principal estrutura cerebral envolvida na consolidação da memória de longo prazo é o hipocampo. A persistência de uma memória registrada por longo prazo depende do nível de alerta emocional na fase de consolidação. Tendemos a guardar e lembrar de maneira mais eficaz aqueles conteúdos associados a emoções mais fortes. Por exemplo, é mais fácil se lembrar do momento em que seu pai pediu socorro por estar passando mal do que do momento em que ele lhe pediu para buscar um copo de água.

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O conteúdo e as estruturas cerebrais envolvidas são as mesmas tanto na memória de curta duração quanto na de longa duração. O que as diferencia são os processos bioquímicos atuantes. A memória de curto prazo só depende da ação de uma proteína (cinase) nas membranas neuronais das redes correspondentes, ao passo que a memória de longo prazo depende de processos bioquímicos complexos atuando no núcleo celular e que definirão mudanças funcionais e também estruturais nas sinapses, que são as regiões de contato e troca de informação entre neurônios.

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De acordo com a função
• Todos os tipos descritos anteriormente. As memórias declarativas e as de procedimentos, sejam elas de curto ou de longo prazo, explícitas ou implícitas, têm a função direta de armazenar informação no cérebro para que seja utilizada no futuro. Todas elas são aquilo que chamamos de memória propriamente dita, ou seja, informação estocada.
• Memória operacional (ou memória de trabalho). Ela funciona como um gerenciador central de todo o processo de recepção das informações sensoriais e mentais que alcançam a consciência e sua relação com memórias já existentes e com a tomada de decisão. Ela serve para gerenciar a realidade, levando em conta se vale a pena formar uma nova memória. É a memória operacional que dá a percepção de continuidade aos atos de alguém.

Ela “acontece” em áreas interconectadas do cérebro (córtex entorrinal, córtex parietal posterior, cingulado anterior, amígdala e hipocampo) “chefiadas” pelo córtex pré-frontal, a área que acolhe as funções mais complexas do cérebro humano. Diferente de qualquer outro tipo, a memória operacional não deixa traços e não produz “arquivos” com informação. As alterações bioquímicas (mediadas por acetilcolina e dopamina) durante o funcionamento da memória operacional não são relevantes pois ela depende principalmente da atividade elétrica dos neurônios que compõem suas estruturas.

Como o cérebro funciona para a memória acontecer
Ao ler este texto, você precisa manter brevemente na memória as últimas palavras lidas a fim de compreender o sentido da frase. Ao mesmo tempo, você sabe que está diante de um computador (talvez no trabalho ou no seu quarto), sabe que dia é, sabe por que razão está lendo este texto e não outro. Conforme lê, seu cérebro compara os conteúdos do texto com conteúdos adquiridos no passado.

O que você já sabia não precisa ser consolidado, apenas reforçado pelas informações redundantes. Já as informações novas deverão ser incorporadas às suas memórias. Isso é a memória operacional atuando. É ela quem gerencia a realidade e avalia quais informações do texto são relevantes e quais não são, quais merecem ser incorporadas à memória e quais não. Conforme você entende cada frase, a memória operacional descarta imediatamente as palavras lidas por último e que só serviram para sua compreensão do que está escrito. A memória operacional dura apenas poucos segundos.

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Simultaneamente a este processo coordenado pela memória operacional e justamente por sua ação, outros processos de consolidação de memória começam a atuar também. São os processos que garantirão o armazenamento das informações relevantes. Nas primeiras 6h, aproximadamente, seu cérebro manterá as novas informações adquiridas disponíveis na memória de curta duração. Basicamente uma determinada rede neuronal permanecerá ativa e dedicada a manter as informações circulando no seu cérebro e acessíveis para sua consciência.

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Você só consegue acessar as informações porque elas estão ativas nessa rede neural, sem qualquer alteração na estrutura dos neurônios envolvidos. Se 1h depois de ler o texto você encontrar um amigo e quiser conversar com ele a respeito do que leu, é a memória de curta duração que garantirá seu sucesso em reproduzir o conteúdo lido.

Ao mesmo tempo em que sua memória de curta duração mantém o conteúdo novo circulando numa rede neuronal restrita para permitir o rápido acesso a ele, outros mecanismos neuronais começam a incorporar aquele conteúdo na memória de longa duração por meio de processos bioquímicos que vão agir no núcleo dos neurônios e, por isso, determinarão mudanças estruturais tanto em seu núcleo quanto nas membranas neuronais, principalmente nas regiões de contato entre um neurônio e outro, as sinapses.

Esse processo acontece, lembre-se, porque a memória operacional avaliou que aquele conteúdo é relevante o suficiente para ser incorporado à memória de longo prazo. Esse processo leva no mínimo seis horas. Uma vez incorporada à memória de longa duração, aquele conteúdo estará como que arquivado em seu cérebro e poderá ser acessado pela memória operacional em situações futuras e também modificado de acordo com a chegada de novas informações correlacionadas.

A cada nova lembrança aquela memória é mais e mais fortalecida. Nesse sentido, a consolidação da memória é um processo dinâmico e permanente.

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Um detalhe interessante. Este exemplo do conteúdo aprendido lendo o texto é um caso de memória declarativa (não é, portanto, memória de procedimentos) semântica, pois se refere a um conhecimento aprendido. Normalmente mantemos a parte semântica e desprezamos a parte episódica. Isso porque não é relevante saber o que estava acontecendo durante a leitura do texto. Imagine se, para aprender todo o conteúdo da graduação, você tivesse de decorar cada dia de aula, que roupa cada professor usou em cada dia, o lugar exato onde você se sentou na sala etc. Não faz sentido e seria impossível.

Mas digamos que, enquanto lia este texto, você tenha recebido o telefonema de alguém muito importante com quem não falava há muito tempo. Por conta do valor emocional desse pareamento, você provavelmente nunca se esquecerá da ocasião em que leu o texto. Você saberá dizer onde estava, as roupas que estava usando, talvez o dia do mês e até a cor do aparelho telefônico. Esta é a porção episódica da memória declarativa consolidada nesta ocasião. Ou seja, houve a consolidação (aquisição e estocagem por longo prazo) de um “arquivo” de memória declarativa episódica (a ocasião na qual você leu o texto e recebeu o telefonema importante) e também a consolidação de um “arquivo” de memória declarativa semântica (o conteúdo do texto).

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Esquecimentos normais
Existem duas formas de esquecimento:
• Todo o conteúdo da memória operacional, quem nem chega a ser consolidado e, pelo que já foi exposto, é para funcionar assim mesmo.

• Praticamente toda a memória episódica, que se perde seja porque não chegou a ser consolidada (não foi integrada à memória de longa duração), o que também é bom porque lembrar de tudo tornaria a vida inviável… seja porque, mesmo depois de ter sido consolidada, deixou de ser fortalecida (usada, ou seja, lembrada) ao longo do tempo, fazendo com que as conexões neuronais que garantiam sua existência desaparecessem ou se modificassem. Isso ocorre porque a relevância daquele conteúdo não foi grande o suficiente para que o indivíduo o fortalecesse ao longo do tempo. Este é o esquecimento por excelência.

Esquecimentos patológicos: as amnésias e alguns quadros demenciais
Existem duas formas de amnésia, a anterógrada, que é a incapacidade de formar novas memórias após uma lesão no cérebro; e a retrógrada, que é a incapacidade de se lembrar de memórias anteriores à lesão. Ambas são determinadas por lesões cerebrais, eminentemente no lobo temporal.

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De modo geral, as falhas de memória nas amnésias são associadas normalmente às memórias declarativas episódicas (fatos e eventos), ao passo que as memórias implícitas (habilidades e parte das memórias semânticas) normalmente permanecem preservadas. Mas há algumas exceções, como algumas demências. São patologias relativamente bem conhecidas pelos seus nomes (Parkinson, Alzheimer e Esquizofrenia) mas cuja associação com a memória nem sempre é clara para as pessoas.
• Parkinson. Doença degenerativa do sistema nervoso que se desenvolve de maneira crônica e progressiva. Sua manifestação ocorre em função da degeneração de neurônios dopaminérgicos de gânglios basais do encéfalo, principalmente o núcleo caudado e a substância negra. As causas não foram estabelecidas mas sabe-se que há fatores hereditários combinados com fatores ambientais, como contato com substâncias tóxicas, isquemia cerebral em determinadas áreas e traumas repetitivos como os que acontecem com boxeadores. Por afetar o caudado, os sintomas do Parkinson são principalmente motores, como dificuldade de equilíbrio, tremores, lentificação dos movimentos, dificuldades de caligrafia etc. O Parkinson representa um prejuízo da memória de procedimentos.
• Alzheimer. Doença demencial representada por um prejuízo na capacidade de consolidação da memória declarativa em função da perda neuronal no córtex entorrinal e no hipocampo. Assim como o Parkinson, o Alzheimer também tem curso crônico, progressivo e degenerativo. É mais comum em idosos e a causa combina fatores genéticos e ambientais (tabagismo, hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo e baixa escolaridade).
• Esquizofrenia. Doença psiquiátrica na qual o paciente tem uma percepção distorcida da realidade. Alucinações e delírios são frequentes. Embora seja uma doença psiquiátrica, os dados científicos mais recentes vêm apontando para um cenário no qual possivelmente a patologia básica da Esquizofrenia seja um problema essencialmente neurológico, a saber, a disfunção da comunicação neuronal entre células do córtex pré-frontal, exatamente a área responsável pelo funcionamento da memória operacional.

Impossibilidades de acesso à memória que parecem esquecimento, mas não são
Neste caso, na verdade, a informação em si permanece consolidada na memória mas se torna inacessível ou tem sua função inicial alterada. Há quatro tipos:

Habituação: ausência de resposta diante de um estímulo que é apresentado muitas vezes (por exemplo, a resposta de sobressalto que vai desaparecendo aos poucos em situações de fogos de artifício ou trovoadas).

Extinção: desaparecimento de uma resposta que ocorria diante de um contexto que mudou (por exemplo, um bebê que ganha atenção quando chora deixa de chorar se os pais não mais lhe dedicam atenção contingente ao choro). No fundo, a habituação e a extinção são, a rigor, novos aprendizados.

Repressão: trata-se da supressão de uma memória desagradável ou prejudicial da consciência. Embora isso possa ocorrer de forma intencional (“Não quero lembrar daquele dia.” ou “Não quero falar sobre isso.”), normalmente a repressão se dá de maneira involuntária (eventos emocionalmente traumáticos). Os conteúdos reprimidos, embora não possam ser acessados conscientemente, continuam armazenados e influenciam de maneira significativa a personalidade, os sentimentos, o humor e o comportamento. A maioria das psicoterapias atua com foco nesse processo.

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Brancos: falhas repentinas e inesperadas da evocação que acontecem transitoriamente em função de alta ansiedade e/ou estresse, situações nas quais há uma forte liberação de cortisol na circulação, prejudicando o acesso a conteúdos armazenados.

Fatores emocionais que afetam a memória 
Basicamente, processos psicopatológicos atrapalham a aquisição e a recuperação de memórias. Pessoas deprimidas têm dificuldade em manter o foco atencional na situação presente, afetando significativamente o funcionamento da memória operacional e, consequentemente, a qualidade da consolidação posterior nos sistemas de longo prazo. O estresse, embora não afete necessariamente a motivação e o engajamento da atenção, impede que haja uma adequada formação mnemônica uma vez que a presença abundante de cortisol na circulação durante quadros de estresse bloqueia a ação de outros neuromediadores essenciais para a consolidação e a evocação da memória.

A ansiedade, até certo nível, é essencial para que a memória funcione corretamente mas, cruzado este nível ideal, passa a prejudicar tanto para a consolidação quanto para a evocação da memória, como pode ser visto no gráfico abaixo:

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Extraído de Izquierdo, Ivan. Memória (segunda edição). Porto Alegre: Artmed, 2011: p. 89.

Também é interessante registrar que o peso emocional de um determinado momento facilita a consolidação daquela memória. Por exemplo, quase todo mundo se lembra muito bem de onde estava no momento em que aconteceram os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 ou quando ocorreu a morte do piloto Ayrton Senna. Tais memórias dificilmente se apagam.

Por tudo isso, manter uma vida emocionalmente equilibrada, além de ser importante para evitar doenças orgânicas e mentais e para ampliar a sensação de bem-estar, é importante também para não prejudicar a memória.

Curiosidades e dicas

Pouca gente se dá conta mas perdemos milhares de neurônios todos os dias por apoptose, que é a morte celular. O maior volume de apoptose ocorre entre os 9 e os 13 meses de idade e depois vai se tornando cada vez menor ao longo do tempo. O momento de grande quantidade de morte neuronal ocorre exatamente quando aprendemos a andar, o que talvez explique a grande perda de neurônios, uma vez que as sinapses relacionadas ao engatinhar perdem força com o caminhar.

Essa apoptose mais volumosa nos primeiros anos de vida, bem como o surgimento da linguagem (que modifica radicalmente a forma como memorizamos em ordem as coisas) talvez explique também porque raramente nos lembramos de eventos anteriores à idade de 3 ou 4 anos. É bom saber também que o uso prolongado de álcool, tabaco, maconha e cocaína aceleram a morte neuronal e antecipam a ocorrência dos quadros demenciais descritos anteriormente.

Para pensar é importante saber modificar as memórias e também é importante esquecer. Portanto, não se deve confundir boa memória com inteligência. A bem da verdade, são quase antônimos.

Nunca se encontrou, ao menos até o presente momento, nenhuma droga ou substância que melhore ou potencialize o funcionamento da memória para pessoas normais. Então não caia em peças publicitárias enganosas.

A melhor maneira de manter a memória (e o cérebro como um todo) em ordem é não deixar de usá-la. Uma das formas mais eficazes de se fazer isso é a leitura. Ela é uma ferramenta potente porque, ao ler, precisamos ativar constantemente muitas redes diferentes de memórias, o que vai fortalecendo as memórias já consolidadas ao mesmo tempo em que cria novas. Por exemplo, quando você lê a palavra “árvore”, a imagem de uma árvore imediatamente aparece na sua consciência. Significa que as redes neuronais associadas a “árvore” foram ativadas.

Truques associativos podem ajudar a decorar longas sequências de números ou palavras mas são pouco úteis em situações reais. Alguns ilusionistas se utilizam dessas técnicas em suas apresentações. Com um pouco de treino é possível se sair relativamente bem nessa atividade. Ainda assim, ela não servirá para melhorar de fato a capacidade de sua memória. O melhor, portanto, continua sendo a leitura.

Para finalizar, vou comentar sobre… xi, esqueci…

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