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Campanha é lançada para restaurar Teatro Taib, ícone dos anos 60 e 70

Como nos centros culturais europeus, serão vendidas cotas de 5 000 reais para quem desejar se tornar patrono das cadeiras da sala localizada no Bom Retiro

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 20 ago 2019, 18h30 - Publicado em 20 ago 2019, 17h35
Casa_do_Povo
Fachada da Casa do Povo (Arquivo do Instituto Cultural Israelita Brasileiro/Divulgação)
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O Teatro de Arte Israelita Brasileiro (Taib), no Bom Retiro, foi um dos palcos mais efervescentes da cidade entre as décadas de 1960 e 1970. Localizada na Casa do Povo, tradicional centro cultural judaico, a sala de espetáculos deixou de receber grandes sucessos de bilheteria nos anos de 1980 e, com a plateia às moscas, entrou em declínio até fechar as portas no começo dos 2000. Foi vítima da mesma onda que extinguiu dezenas de cinemas localizados nas calçadas da região central.

Só que o Taib, assim como a Casa do Povo, resistiu ao tempo, pelo menos as suas estruturas e a essência da arquitetura modernista projetada por Jorge Wilheim, e não virou igreja evangélica, estacionamento ou supermercado. De fôlego renovado desde 2013, a Casa do Povo voltou ao circuito cultural com exposições, cursos e apresentações esparsas de dança e teatro.

O Taib também quer recuperar seu lugar nos refletores e foi criado um projeto de restauro, orçado em 4 milhões de reais. A ideia é entregar a sala reformada em agosto do ano que vem para comemorar os 60 anos da inauguração. “É um teatro que sempre foi vivo e se adaptou ao seu tempo e ao público”, afirma Benjamin Seroussi, diretor da Casa do Povo. “Começou como uma história comunitária que se tornou paulistana e, por isso, queremos modernizá-lo e devolvê-lo para a cidade”, completa.

Uma campanha será lançada na MADE, a feira de mercado, arte e design, que se realiza essa semana no Pavilhão da Bienal. Um estande vai revelar a história do teatro por onde passaram nomes como Antônio Abujamra, Dina Sfat, Renato Borghi e Gianfrancesco Guarnieri. O principal destaque será uma fileira com cinquenta cadeiras reformadas, forradas com o mesmo couro vermelho dos tempos de glória.

A primeira ação é uma prática comum nos centros culturais europeus. Serão vendidas cotas para que essas poltronas ganhem patronos. Cada cota – equivalente a uma cadeira – poderá ser comprada por 5 000 reais, e o novo patrono, além de ter o seu nome ou o da sua empresa gravado no assento, ganhará ingressos de cortesia nas futuras estreias.

Nessa etapa, a ideia é encontrar patronos para pelo menos 200 poltronas – a lotação da sala, de acordo com o novo projeto, é de 300 – e levantar um total de 1 milhão de reais. Entre as ações futuras estão previstos leilões de obras de artistas brasileiros, franceses e israelitas. O fotógrafo Sebastião Salgado, por exemplo, cedeu uma de suas imagens. O pintor Rodrigo Andrade também disponibilizou uma de suas telas.

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