“Zeca Pagodinho”: o musical que lava a alma do sambista
O espetáculo, concebido e dirigido por Gustavo Gasparani, mostra a formação e o sucesso alcançado pelo carioca sob o ponto de vista do cidadão

O cantor e compositor Zeca Pagodinho nasceu Jessé Gomes da Silva Filho há 59 anos e assim é apresentado o tempo inteiro no musical escrito e dirigido por Gustavo Gasparani. Zeca Pagodinho — Uma História de Amor ao Samba mostra a formação e o sucesso alcançado pelo carioca sob o ponto de vista do cidadão, e não do artista consagrado.
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Na infância e juventude, Zeca, ou melhor, Jessé, é representado pelo ótimo Peter Brandão, que, além da semelhança física, imprime o jeito moleque capaz de explicar muito sobre o personagem. Em tom quase de fábula, o protagonista surge como uma espécie de Macunaíma, por vezes de caráter duvidoso, mas sempre carismático. A dureza do início da carreira, as rodas de samba e os encontros com famosos, como a cantora Beth Carvalho, são mostrados sem a rigidez das produções biográficas.
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O Jessé alçado ao topo do showbiz — e incomodado com a fama — aparece interpretado por Gasparani, que humaniza o personagem, inclusive nas interações com depoimentos do próprio Zeca exibidos no telão. Estão no roteiro os sucessos Deixa a Vida Me Levar, Maneiras, Quando a Gira Girou e Verdade, mas é pela teatralidade que a história se consuma. O resultado é um espetáculo sincero, gostoso de ver e com a alma de Zeca, ou melhor, de Jessé, o eterno moleque que adora samba e cerveja gelada (135min, com intervalo). 12 anos. Estreou em 14/7/2018.
+ Teatro Procópio Ferreira. Rua Augusta, 2823, Jardim Paulista. Quinta e sexta, 21h; sábado, 17h e 21h; domingo, 17h. R$ 80,00. IR. Até 5 de agosto.