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“Sede”, de Wajdi Mouawad, trata de suicídio e belezas fora do alcance

O drama, dirigido por Zé Henrique de Paula, percorre uma trilha poética para a abordagem do delicado tema

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 7 fev 2020, 15h11 - Publicado em 5 fev 2020, 13h57
Sede
Sede: peça com Felipe de Carolis, Maria Manoella e Zé Henrique de Paula (Caio Gallucci/Divulgação)
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A obra do dramaturgo libanês Wajdi Mouawad reverberou entre o público brasileiro com as peças Incêndios e Céus, sob a direção de Aderbal Freire-Filho, apresentadas em São Paulo, respectivamente, em 2014 e 2017. Além de Freire-Filho, as duas encenações tinham em comum o nome de Felipe de Carolis como idealizador e um dos protagonistas.

É o mesmo Carolis que traz ao palco um novo exemplar da safra desse autor, o drama Sede, escrito em 2007, que ganha direção de Zé Henrique de Paula. Enquanto Incêndios usava referências das narrativas gregas para escancarar uma tragédia familiar e Céus promovia um debate em torno do terrorismo, o atual texto percorre uma trilha poética para a delicada abordagem do suicídio.

Nos dias atuais, o antropólogo forense Boon (interpretado por Zé Henrique de Paula) encontra os corpos de dois jovens que teriam se afogado em um rio há muito tempo. Boon começa, então, a reconstituir o próprio passado e, principalmente, a relação com dois personagens que causaram uma mudança de rota em sua trajetória pessoal.

O primeiro é Sylvain Murdoch (papel de Felipe de Carolis), um rapaz inconformado com a aura artificial do mundo que o envolve. Mais enigmática, Noruega (vivida por Maria Manoella) ronda os dois como uma imagem poética, trazendo à tona a angústia da valorização da beleza em uma sociedade feia.

O texto encontra resposta na encenação construída por Zé Henrique, mesmo que a trilha sonora, executada ao vivo por três instrumentistas, origine números musicais, interpretados por Carolis, superficiais e dispensáveis à trama.

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Essas inserções não acrescentam nada ao personagem Murdoch e chegam, inclusive, a distanciá-lo do público, ao contrário da misteriosa Noruega de Maria Manoella, que gera crescente interesse em torno de sua personalidade. Por fim, o Boon de Zé Henrique funciona como equilíbrio e representação de uma sociedade imediatista diante do que é realmente belo (100min). 12 anos. Estreou em 1º/2/2020.

+ Tucarena. Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes. Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 60,00 (sex.) e R$ 70,00 (sáb. e dom.). Até 29 de março.

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