“Peter Pan”, de Billy Bond: muitos efeitos especiais e piadas deslocadas
A adaptação do diretor abusa de elementos sensoriais e referências a personagens da cultura pop
Em cartaz no Teatro Bradesco, o musical Peter Pan é uma experiência sensorial. Neve, bolhas de sabão e chuva de folhas fazem a alegria da plateia mirim. Em alguns momentos da montagem de Billy Bond é possível até sentir cheiro de floresta. A adaptação do clássico conta a história de Peter Pan (Matheus Ueta), um garoto que se recusa a crescer. Acompanhado da fada Sininho, ele apresenta aos irmãos Wendy, Michael e John a Terra do Nunca, um lugar mágico onde o tempo não passa e ninguém envelhece.
A magia, no entanto, é ofuscada por um roteiro frágil, com desvios de percurso e piadas que ficam deslocadas. Em alguns momentos, os personagens traçam planos mirabolantes que são imediatamente esquecidos durante a próxima nuvem de fumaça – usadas de forma interessante para mascarar trocas de cenário. De Maju Coutinho a Michael Jackson, quem esteve na mídia não sai ileso das piadinhas.
A fada Sininho, uma das personagens mais expressivas na animação de 1953 da Disney, passa a maior parte da peça como uma luz na parede. Felizmente, em uma das últimas cenas, passa a ser interpretada por Karoline Sanches, que surge com todo seu brilho em um dos belos figurinos de Carlos Alberto Gardin.
- Teatro Bradesco
- Rua Palestra Itália, 500, Perdizes
- Telefone: 3670-4100.
- Sábado e domingo, 15h30. Sessão extra marcada para o dia 9, excepcionalmente às 16h.
- R$ 60,00 a R$ 160,00.
- Até 4 de agosto.