Jackson Galaxy, do programa ‘Meu Gato Endiabrado’, fala em entrevista sobre carreira, felinos e planos de vir ao Brasil
Jackson Galaxy é uma espécie de Cesar Millan (sabe o encantador de cães?), mas dos felinos. À frente do programa Meu Gato Endiabrado, em sua sexta temporada no canal da TV paga Animal Planet (sábados, às 18h30), o especialista em comportamento felino ajuda donos com seus bichanos rebeldes. O ex-músico com visual de bad boy desenvolveu uma técnica […]
Jackson Galaxy é uma espécie de Cesar Millan (sabe o encantador de cães?), mas dos felinos. À frente do programa Meu Gato Endiabrado, em sua sexta temporada no canal da TV paga Animal Planet (sábados, às 18h30), o especialista em comportamento felino ajuda donos com seus bichanos rebeldes. O ex-músico com visual de bad boy desenvolveu uma técnica de reeducação dos pets, a qual ele chama de “cat mojo”. Em entrevista exclusiva a VEJA SÃO PAULO, Galaxy falou sobre a carreira e avisou que pretende vir ao Brasil em breve. Leia abaixo.
Você tem animais em casa?
Sim, moro em Los Angeles com cinco gatos e dois cachorros.
Quais são os problemas mais comuns que você encontra em suas consultas?
Gatos que não usam a caixa de areia ou se mostram agressivos.
Qual foi o caso mais difícil que já pegou?
Eu faço isso há vinte anos, então houve muitos. Um dos episódios da quinta temporada de Meu Gato Endiabrado mostrou a história de Lux. O felino se tornou tão agressivo, que certa vez sua família precisou se trancar no banheiro e chamar a polícia para detê-lo. Fui trabalhar com ele e percebi se tratar de um caso raro. Sempre que tentava me aproximar dele, parecia que fazia algo de errado. Foi frustrante. Consegui mostrar para o público que nem sempre existe um final feliz. Ele foi morar em um santuário, sem poder machucar ninguém. É possível que nunca melhore e vá morar com uma família.
Quer dizer então que nem todo gato tem solução?
Depende de como você define solução. Pela perspectiva humana, pensamos que é “consertá-lo”. As coisas devem acontecer de certa forma e esse jeito não é necessariamente o jeito que a gente quer que elas aconteçam. Não dá para colocar nossas expectativas em outro ser.
Se precisasse escolher quatro palavras-chave para ter um bichano feliz, quais seriam?
Paciência, amor, educação e empatia, ou seja, entender as necessidades do outro.
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Você e sua mulher fizeram sua cerimônia de casamento em um santuário. Por que escolheram esse lugar?
Nós dois resgatamos bichos há muitos anos. Aquele é o maior santuário que não mata animais no mundo. Trata-se de um lugar muito bonito e ideal para celebrarmos quem somos, juntos e com os animais que lutamos para salvar.
Nos Estados Unidos, há muitos abrigos, não só do governo, que matam os animais que não arranjam famílias. O que acha dessa situação?
Infelizmente, essa é uma realidade no mundo todo. Há uma superpopulação de animais e não existem lares o suficiente para eles. Trata-se de uma crise que precisamos aprender a controlar. Podemos ajudar trazendo esse assunto à tona e educando as pessoas, espalhando a mensagem de adotar em vez de comprar, de castrar… Quando trabalhava em abrigos, eu precisei matar animais. Não tive escolha a não ser estar com eles até o final. A última coisa que esses bichos conheceram foi o amor, depois de vidas tão sofridas. Para cada animal que eutanasiamos, ajudamos outro. Talvez se eu não tivesse trabalho lá, não estaria aqui agora. Pode parecer contraditório, mas aprendi muito sobre a capacidade humana de amar com essa experiência.
Como funciona a Jackson Galaxy Foundation?
Acabamos de ganhar o status de ONG. O que estamos tentando fazer é basicamente acabar com a matança de animais nos abrigos. Também queremos valorizar mais os funcionários desses espaços e recompensá-los. Existe muita gente criativa nesses ambientes. Eu comecei minha carreira quando pedi para minha chefe no abrigo para ir à casa das pessoas e ajudá-las a lidar com seus gatos antes que quisessem abandoná-los. Ela me encorajou a isso. E como eu existem muitos iguais por aí, dispostos a ajudar.
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Além da televisão, você também tem grande audiência nas mídias sociais, como o Facebook, com quase 1 milhão e meio de seguidores. Você mesmo as atualiza?
Eu conto com ajuda para atualizar essas páginas. É triste não poder acompanhar tudo, porque recebo muitas perguntas e histórias incríveis. Leio o que posso para ter ideias para vídeos, episódios e textos.
Possui planos para o futuro?
Quero ter uma casa com burros, cabras, cachorros e gatos (risos). Pretendo ajudar a criar um mundo em que todo animal que quiser um lar, terá um lar. Também penso em diminuir o ritmo, estou com quase 50 anos e ando cansado. A questão é que, mesmo exausto, todos os dias fico revigorado, por exemplo, com uma criança que mostra a foto de seu gatinho ou alguém que diz querer fazer o que faço.
Você pretende vir ao Brasil?
Tenho todos os planos do mundo para visitá-los. Adoro o Brasil. Espero que consiga ir no ano que vem.