Wim Wenders
Resenha por Jonas Lopes
Diretor revelado no
movimento chamado de Novo Cinema Alemão
(que teve ainda Werner Herzog e Rainer Werner
Fassbinder entre os integrantes), Wim Wenders
sempre chamou atenção pelo apuro estético. Três
de seus melhores filmes, No Decurso do Tempo
(1976), O Estado das Coisas (1982) e Paris, Texas (1984), trazem um olhar atento para cenários
vazios e desolados, céus generosamente enquadrados
e personagens tão viajantes quanto solitários.
Wenders exibe talento com a câmera fotográfica, evidenciado na mostra Lugares, Estranhos
e Quietos. As 23 imagens reunidas foram
realizadas em viagens mundo afora. Elas fogem
do estilo cartão-postal: o cineasta prefere recorrer
a locais esquecidos ou pouco notados das cidades.
Registrou, por exemplo, São Paulo do alto de um
edifício, mas pôs em primeiro plano o sistema de
ventilação do prédio. Durante uma caminhada em
um túnel da cidade alemã de Wuppertal, deparou
com um grafite da dupla paulistana osgemeos.
Também fotografou com sensibilidade esquinas
vazias do interior dos Estados Unidos e uma
roda-gigante em ruínas na Armênia. Prorrogada até 13/02/2011.