Violette
- Direção: Martin Provost
- Duração: 132 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: França/Bélgica
- Ano: 2013
Resenha por Tiago Faria
O livro de memórias A Bastarda, de Violette Leduc (1907-1972), escandalizou a França dos anos 60 ao destacar a um público amplo uma escritora com a ousadia de expor, sem pudores, a sexualidade e as angústias das mulheres. Para o cineasta Martin Provost, pouco conhecido por aqui, a força revolucionária do best-seller nasceu, sobretudo, do martírio vivido pela autora antes de sua publicação. A feminista pioneira encontrou na literatura um respiro para enfrentar uma solidão devastadora e acertar contas com um passado de pobreza, mas seus textos eram lidos e elogiados por poucos. O alento surgia das palavras de incentivo de Simone de Beauvoir (Sandrine Kiberlain), por quem Violette se apaixonou de forma platônica. No drama biográfico, essa atribulada história de formação artística é narrada em capítulos e arejada por fashes de lirismo. O longa se torna intenso graças à interpretação de Emmanuelle Devos, no controle de uma personagem tão insegura (por vezes irritante) quanto genial. Estreou em 28/8/2014.