Rei Lear
- Direção: Elias Andreato
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O protagonista desta adaptação de Geraldo Carneiro para a tragédia de William Shakespeare demonstra apenas vestígios da majestade. Refinado com as palavras, o Rei Lear interpretado por Juca de Oliveira no monólogo não tem coroa, trono nem a postura da realeza. O figurino neutro reforça a imagem de um homem comum e inconformado por ver seus valores ultrapassados. Fiel ao original em sua condução, a trama apresenta o octogenário monarca enlouquecendo gradualmente depois de uma imensa decepção. Ele foi traído por duas de suas três filhas, para as quais havia legado o trono, e não aceita o desprezo. O diretor Elias Andreato montou uma encenação de poucos efeitos para o intérprete solar com brilho. Juca de Oliveira trilha um caminho que deixa o personagem em delírio quase permanente. Na cena final, surge a possibilidade de uma leitura contemporânea para o clássico do bardo inglês. Afastado de seu reino, Lear parece viver agora em uma casa de repouso, e esse talvez seja o grande descaso. Estreou em 18/7/2014. Até 9/8/2015.