Não são só os brasileiros que consomem porcarias no cinema. Famosa por seus escritores, pintores e cineastas da nouvelle vague, a França acolheu muito bem a comédia Que Mal Eu Fiz a Deus?, número 1 no ranking das maiores bilheterias em 2014, com mais de 12 milhões de espectadores. Mas, assim como no Brasil, recorde nas catracas não é sinônimo de qualidade. De um jeito dissimulado de fisgar a plateia, o roteiro faz uso do humor preconceituoso para, supostamente, pregar a tolerância. A trama enfoca o “drama” de um casal. Católicos praticantes, Claude e Marie Verneuil (Christian Clavier e Chantal Lauby) “engolem” o casamento de suas filhas. A primeira escolheu um marido árabe; a segunda, um judeu; e a terceira fisgou um chinês. Dá para imaginar qual será a opção da caçula, para desespero de seus pais? Na intenção de fazer um registro multiétnico de seu país, o diretor e roteirista Philippe de Chauveron usa o politicamente incorreto em piadas grosseiras. Há clichês e caricaturas de raças saindo pelos buracos de uma história apelativa, vulgar e bastante improvável. Estreou em 6/8/2015.