Como diretora do espetáculo Ovo, do grupo canadense Cirque du Soleil, a brasileira Deborah Colker alcança um feito louvável. A coreógrafa não brincou em serviço e imprimiu sua personalidade de tal forma que os fãs das tradicionais montagens da companhia podem até estranhar. A história gira em torno de um inseto que invade uma comunidade carregando um ovo nas costas e sofre a rejeição de aranhas, formigas e libélulas. O estranho no ninho, porém, ganha a simpatia de uma joaninha e, aos poucos, é incluído em um ambiente embalado por samba, forró, xaxado e bossa nova. Deborah montou um balé em que as imagens coletivas e as coreografias frenéticas se sobrepõem aos números convencionais de contorcionismos ou de palhaços. Com Ovo, o Cirque desafia os espectadores que já o aplaudiram em outras cinco turnês brasileiras e endossa as opções de Deborah, que não são tão acessíveis ao grande público mas atestam a capacidade de reinvenção do grupo (140min, com intervalo). Livre. Estreou em 19/4/2019.
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