O Doador de Memórias

- Direção: Phillip Noyce
- Duração: 97 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: EUA
- Ano: 2014
Resenha por Tiago Faria







O próximo capítulo da saga Jogos Vorazes só estreia em 21 de novembro. Mas, enquanto A Esperança — Parte 1 não vem, os fãs da cinessérie podem se contentar com uma espécie de tira-gosto. Da atmosfera pós-apocalíptica ao jeitão contestador do herói (um adolescente em rebelião contra um governo autoritário), esta adaptação do livro de Lois Lowry, publicado em 1993 nos Estados Unidos, segue rigorosamente a cartilha. A falta de criatividade fica ainda mais gritante porque bate de frente com o próprio enredo da ficção científica, uma crítica à mesmice e à falsa serenidade tão típicas em regimes totalitários. Incoerências à parte, o diretor Phillip Noyce (do blockbuster Salt e do independente Geração Roubada) opta por uma sacada visual interessante ao incluir cenas em preto e branco para ressaltar o estilo de vida padronizado da Comunidade, uma espécie de sociedade utópica onde vive Jonas (Brenton Thwaites). O destino do rapaz está traçado: o trabalho, as amizades, a formação familiar e as decisões pessoais passam pelo crivo do governo, simbolizado pela figura onipresente de uma chefe de estado interpretada por Meryl Streep (em desempenho, como de hábito, acima de qualquer diálogo capenga). As memórias são apagadas. Ao concluir os estudos, ele é obrigado a pegar no batente e seguir um ofício também predeterminado. A surpresa surge ao ser escolhido para o cargo mais importante de todos. Será o único dos habitantes a conhecer o passado dos humanos, mantido em segredo por um velho sábio (papel de Jeff Bridges, também produtor do longa). Atordoado pelas imagens coloridíssimas de uma época onde a liberdade ainda era possível, o rapaz começará a sonhar com uma revolução. Estreou em 11/9/2014.