Mira Schendel
Resenha por Julia Flamingo
Nascida em Zurique, na Suíça, Mira Schendel (1919-1988) começou a produzir em maior volume depois de se mudar para São Paulo, em 1953. Os mais de trinta anos de experimentação resultaram em trabalhos delicados e frágeis, em forma de desenhos, instalações e pinturas. Apesar da produção incansável, boa parte das obras está nas mãos de colecionadores particulares, o que torna difícil o acesso ao grande público. Num esforço louvável, a Galeria Frente, espaço cultural aberto no último mês nos Jardins, conseguiu reunir 140 peças da artista, pertencentes a acervos privados, na exposição O Espaço Infindável de Mira Schendel, que inaugura oficialmente o local. O nome de Mira tem ganhado força nos últimos anos (e valor no mercado) devido a mostras como a retrospectiva realizada em 2014 na Pinacoteca, em parceria com a Tate Modern, de Londres, e uma significativa exibição no MoMA, de Nova York, em 2009. No evento paulistano, o visitante encontra uma série de Monotipias — desenhos a óleo feitos sobre papel-arroz — apresentadas presas em sanduíches de acrílico que ela mesma criou. Uma de suas marcas, as monotipias são objetos tão sutis que mais parecem joias suspensas no ar. Na série Bordados ficam claras as influências orientais, notáveis no uso do papel japonês e no desenho de mandalas. De 25/8/2015. Até 31/10/2015.