Jorge Molder
Resenha por Jonas Lopes:
O poeta Fernando
Pessoa expandiu a discussão sobre identidade ao
dividir-se em vários heterônimos. Agora, outro
português, o fotógrafo Jorge Molder, reassume a
questão na série Não Tem que Me Contar/Seja o
que For. Nas 42 imagens reunidas na mostra, o
artista muitas vezes registra a si mesmo sobre
fundos escuros, em um expediente semelhante até mesmo ao da encenação teatral. O
rosto humano, parece dizer, não passa de
uma máscara, que pode ser usada de maneiras
distintas, conforme a ocasião.
Percebe-se nos trabalhos um ambiente
onírico, próximo do surrealismo. Há
também alusões ao cinema, a exemplo
de Ano Passado em Marienbad (1961),
de Alain Resnais. Referências intelectuais,
aliás, aparecem em toda a produção
de Molder. Formado em filosofia, ele
já fez, por exemplo, homenagens aos
romancistas Joseph Conrad e Georges
Perec. Também em cartaz na Galeria
Raquel Arnaud: ✪✪✪ Luis Tomasello
(relevos). Preços não fornecidos. Até 31/03/2012.