J. Edgar
- Direção: Clint Eastwood
- Duração: 137 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: EUA
- Ano: 2011
Resenha por Miguel Barbieri Jr.:
Quando foi anunciado que
Clint Eastwood faria uma biografia de J. Edgar
Hoover (1895-1972), especulou-se que o diretor
traria à tona o até então obscuro lado homossexual
do chefão do FBI. Discreto na abordagem, Eastwood
não se furta a tocar no delicado assunto neste
drama. Em muitos momentos, é possível enxergar
no belo roteiro de Dustin Lance Black (vencedor
do Oscar por “Milk”) uma velada e comovente
história de amor entre Hoover e seu fiel parceiro de
investigações, Clyde Tolson (vivido pelo bonitão
Armie Hammer, intérprete dos gêmeos de “A Rede
Social”). O máximo da ousadia, no entanto, é beijo
na boca à força entre os personagens. Na melhor
atuação de sua carreira, que a Academia de
Hollywood absurdamente ignorou no Oscar, Leonardo
DiCaprio faz o protagonista da juventude
até a morte, aos 77 anos — fruto de um espetacular
trabalho de maquiagem. A trama tem início com
Hoover ainda rapazinho e empenhado no trabalho
— ele começou como bibliotecário do Congresso
Americano. Em sua primeira conquista amorosa,
levou um fora de Helen (Naomi Watts), mas transformou-a em sua secretária ao ser nomeado assistente
do diretor do FBI. Nas décadas de 20 e 30, já
no posto principal, havia comprado briga com imigrantes
comunistas e dado início a uma caça a lendários
bandidos, como Dillinger e Baby Face. Reprimido
por uma mãe dominadora (Judi Dench),
Hoover mantinha a pose de líder e homem forte da
lei. Eastwood expõe não só essa imagem de durão,
mas também a de uma pessoa solitária, frágil e indisposta
com seus reprimidos desejos. Estreou em 27/01/2012.