Hamlet – Processo de Revelação
- Direção: Adriano e Fernando Guimarães
- Duração: 180 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Considerada uma das grandes peças do teatro universal, Hamlet foi escrita por William Shakespeare por volta do ano de 1600 e ganha sucessivas montagens. Wagner Moura e Thiago Lacerda, por exemplo, são dois populares atores que enfrentaram o célebre personagem na última década. Sob a direção de Adriano e Fernando Guimarães, o ator e dramaturgo Emanuel Aragão revisita o clássico em uma ousada concepção. Hamlet — Processo de Revelação é uma obra aberta, que pode durar entre 120 e 180 minutos, de acordo com as intervenções do público. De início, o artista se senta em uma cadeira e explica a tragédia do príncipe da Dinamarca, que tem o pai assassinado e vê o tio se casar com sua mãe para assumir o trono. O tom professoral vai por terra graças a uma proposta de metalinguagem. Em uma antiencenação, ele interrompe o roteiro original para interpretar as falas do protagonista. Assim, abre um diálogo com a plateia sobre o que está sendo apresentado. Além disso, o ator mistura o enredo hamletiano com uma tragédia pessoal. Em 2004, Aragão, na época com 23 anos, perdeu o pai. Na peça, ele relembra o momento em que recebeu a notícia da morte e a jornada estabelecida para enterrá- lo. Entre perguntas, respostas e provocações, Aragão retoma e amplia os significados em torno do personagem. Intenso como ator, concentra a atenção dos espectadores e, hábil adaptador, transforma em dramaturgia os questionamentos e as observações do público (180min, no máximo). Estreou em 3/3/2017. Até 26/3/2017.