Green Book — O Guia conquistou cinco indicações ao Oscar 2019, incluindo as de melhor filme, ator e ator coadjuvante para, respectivamente, Viggo Mortensen e Mahershala Ali (foto). Vindo do humor politicalmente incorreto, em filmes como Debi & Lóide e O Amor É Cego, o diretor Peter Farrelly volta a investir no gênero, só que de uma forma, digamos, mais politizada e condizente aos tempos de hoje. Seu objetivo aqui é a comédia dramática cujo cerne está na tolerância e na união surgida entre duas pessoas opostas, inspiradas em personagens reais. De um lado está Tony (Mortensen), descendente de italianos do Bronx, que trabalha como segurança de um night club. Na outra ponta encontra-se o renomado pianista negro Don Shirley (Ali), morador de um suntuoso apartamento em Manhattan. Em 1962, Don precisava de um motorista e contratou o bronco e comilão Tony para levá-lo numa excursão pelo segregacionista sul dos Estados Unidos, onde ele iria se apresentar em teatros e mansões de milionários brancos. O “livro verde” do título se refere a um manual para que o chofer encontrasse restaurantes e hotéis para receber negros. Não dá para negar que Farrelly, espertamente, fez um filme para agradar as plateias, tanto que Green Book foi escolhido o melhor filme pelo público no Festival de Toronto. Atuações formidáveis à parte (sobretudo de Mortensen, em inabitual papel cômico), o roteiro segue uma cartilha didática, simplista e óbvia em sua crítica ao racismo. Direção: Peter Farrelly (Green Book, EUA, 130min). 12 anos. Estreou em 24/1/2019.
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