Garota de Ipanema, o Musical da Bossa Nova
- Direção: Direção cênica de Sergio Módena e musical de Delia Fischer
- Duração: 120 minutos
- Recomendação: Livre
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O teatro intimidou-se diante do mais internacional dos gêneros do nosso cancioneiro. Dirigido por Sergio Módena, Garota de Ipanema, o Musical da Bossa Nova tem a leveza e a simpatia comuns aos anos 50 e 60, ali enfocados, e de quebra conta com uma boa parte das brilhantes canções criadas pela turma do banquinho e violão. Para defendê-las, um elenco de dez bons, por vezes ótimos, cantores e atores foi escalado. Estão lá, entre outros, Claudio Lins, Eduarda Fadini, Nicola Lama, Andrea Marquee e até as protagonistas de Wicked, Fabi Bang e Myra Ruiz. Um pouco mais de ousadia na dramaturgia, porém, poderia levar o espetáculo para além do competente show destinado aos fãs e promover um diálogo com plateias mais jovens. Os textos que costuram as canções, escritos por Módena e Rodrigo Faour, até mostram esse esforço. Como se fossem pílulas, eles narram as origens da batida diferente, dão um contexto social e cultural do país e, quando resolvem ousar, rendem os melhores momentos. São ótimas as cenas em que Claudio Lins interage com divas da dor de cotovelo, como Dalva de Oliveira e Maysa, e o número coletivo de Garota de Ipanema em vários idiomas. Pena que essa inventividade seja rara e a montagem fique mais presa ao conceito de show do que ao de teatro. Direção musical de Delia Fischer. Estreou em 22/9/2017. Até 10/12/2017.