Quando diretores procuram um personagem para fazer um documentário esbarram, quase sempre, na dificuldade de obter imagens de arquivo e autorização dos herdeiros. Isso não acontece em Eu Sou Ingrid Bergman por dois motivos: a atriz sueca tinha o hábito de fazer registros domésticos (inclusive de sua lua-de-mel, na década de 30) e seus quatro filhos deram aval e entrevistas para o realiazador Stig Björkman. Mesmo sendo uma biografia autorizada e narrada (por Alicia Vikander) com textos de cartas e diários deixados por Ingrid Bergman (1915-1982), o longa-metragem é riquíssimo em detalhes, incluindo passagens polêmicas como suas traições conjugais. Após deixar o marido e a pequena filha na Suécia para seguir carreira em Hollywood, Ingrid se envolveu com o fotógrafo húngaro Robert Capa. Mais tarde, teve um tórrido caso de amor (que virou casamento) com o cineasta italiano Roberto Rossellini. A infidelidade ganhou projeção internacional e, no início dos anos 50, a estrela foi massacrada pela imprensa e pela opinião pública. Para quem conhece o trabalho de Ingrid, três vezes premiada com o Oscar, em filmes como Casablanca, Por Quem os Sinos Dobram e Interlúdio, o longa-metragem tem um sabor extra. Independente dos conhecimentos sobre a grande a intérprete, é um exemplo de documentário a ser seguido. Estreou em 24/12/2015.