Esse Viver Ninguém Me Tira

- Direção: Caco Ciocler
- Duração: 75 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Brasil
- Ano: 2014
Resenha por Miguel Barbieri Jr.




Em meados da década de 30, Aracy Moebius de Carvalho saiu do Brasil com um filho pequeno a fim de morar na Alemanha. Encontrou o país tomado pelo nazismo e, em Hamburgo, passou a trabalhar no setor de passaportes do consulado brasileiro, onde conheceu seu futuro marido, Guimarães Rosa. Não se sabe ao certo quantos judeus Aracy ajudou a fugir de lá. Infringindo ordens e leis (o governo de Getúlio Vargas vetou a eles o visto de permanência) e de uma coragem extrema, essa mulher virou tema do documentário dirigido pelo ator Caco Ciocler. A pesquisa durou dois anos e foram feitas locações no exterior, incluindo Jerusalém e Sydney. De origem judaica, Ciocler acerta na simplicidade, no afeto e na tonalidade emocional ao narrar, literalmente, a trajetória de Aracy, que morreu em 2011, aos 102 anos. Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas, é, sim, citado em várias passagens. Mas a esposa, sem viver à sombra do marido, teve também uma importância histórica, conforme demonstram os registros. O filme presta homenagem nos créditos ao político Plínio de Arruda Sampaio, um dos entrevistados, morto em julho deste ano. Estreou em 11/12/2014.