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Elizabeth Costello

Comida & Bebida, Lazer & Cultura, Shows & Noite.

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 30 jan 2020, 17h44 - Publicado em 14 jan 2020, 16h54
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    Alguns espetáculos conquistam a atenção do espectador na marra, principalmente por causa de suas estranhezas. O monólogo Elizabeth Costello, adaptado e dirigido por Leonardo Ventura, com base no romance do escritor sul-africano J.M. Coetzee, é um deles. Esse pacto começa a ser firmado pela presença da atriz Lavínia Pannunzio desde o momento em que recebe os espectadores na entrada da sala. Se não fosse ela, aquela imensa quantidade de texto, por mais pungente que seja em vários trechos, e a encenação minimalista não sustentariam o interesse da plateia. Lavínia tem 53 anos e garante credibilidade impressionante ao dar corpo e voz a uma mulher de 80. Trata-se de uma velha que mora rodeada por gatos em um sítio afastado do que seria chamado de civilização. Diante de um gravador, ela começa a destilar suas memórias e solta a imaginação. Aos poucos, a narrativa pessoal é fundida na de uma personagem fictícia, Elizabeth Costello, que precisa convencer um suposto tribunal sobre crenças e valores para, enfim, cruzar um portão que simboliza a transição para a morte. A encenação concebida por Ventura explora o mesmo caminho literário imaginado por Coetzee. A identidade das personagens e de Lavínia é borrada o tempo inteiro, a ponto de a intérprete, sem interromper o diálogo com a plateia, abandonar o palco mais de uma vez para tomar água ou recompor o figurino, algo inusitado em um solo. Desafios como esses são propostos e tornam o espetáculo menos palatável. Fica, no entanto, a impressão de que o diretor e a atriz fizeram tudo do jeito que desejavam, respeitando a força das palavras de Coetzee e impondo suas aspirações artísticas. E isso é louvável. Até 16/2/2020. 

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