Bicho Monjaléu
- Direção: Wanderley Piras
- Duração: 50 minutos
Resenha por Clara Nobre de Camargo
Em sua primeira experiência sozinho em cena, o ator e
diretor Wanderley Piras, da Cia. da Tribo, saiu-se bem no
desafio de manipular 22 bonecos, usar oito máscaras e ainda
interpretar dois personagens. Ele está à frente do espetáculo
Bicho Monjaléu, dirigido por Milene Perez. Conhecida por
pesquisar a cultura popular brasileira há quinze anos, a trupe,
desta vez, encontrou inspiração em histórias de origem
portuguesa recuperadas pelo escritor sergipano Silvio Romero
(1851-1914) no livro Contos Populares do Brasil, de 1885.
Contada em rimas, a lenda levada ao palco centra-se em Zé
Gamela. Ele descobre que seu velho pai ficou rico à custa do
dinheiro recebido com a venda das filhas. Ameaçado de morte, o
pobre homem entregou cada uma delas a cavaleiros. Aventureiro,
o rapaz sai em busca das irmãs e, ao fim da jornada, conhece a
princesa de Castela. Os dois se casam, mas a amada é raptada por um monstro chamado Monjaléu, com o qual o herói deverá
lutar. Para isso, conta com a ajuda de personagens como a Moura
Torta e São Jorge. Criados pelos artistas Flávio Camargo, José
Elias Tico e Dino Soto, os bonecos são feitos de utensílios como
colheres de pau e as máscaras, pintadas em bacias de madeira.
Baseada em fados e músicas tradicionais de Portugal, a trilha
sonora foi concebida por Antonio Araújo e Wanderley Piras. Estreou
em 13/11/2011. Até 18/12/2011.